O interesse em implantar uma unidade produtora no Brasil trouxe a Hyundai Construction Equipment a prospectar Pernambuco como uma das possibilidades de investimento. A empresa, especializada na montagem de máquinas para construção pesada como retroescavadeiras, empilhadeiras e pás carregadoras quer implantar uma fábrica de R$ 87 milhões, numa primeira fase, e outros R$ 262 milhões na etapa seguinte. Atualmente o grupo abastece o mercado brasileiro importando 2.000 máquinas de suas fábricas da Coreia do Sul e China, sendo que 500 delas são comercializadas no Norte e Nordeste. Pernambuco está na briga com São Paulo e Rio de Janeiro, principais mercados da indústria coreana.
O presidente da HEC Americas, John Lim disse ontem, em visita ao Palácio do Campo das Princesas, que a definição sai até o dia 30 de setembro. O executivo sobrevoou a área do complexo de Suape. Para o secretário Fernando Bezerra Coelho, Pernambuco oferece condições para atrair os interesses do grupo coreano justamente por conta do potencial de logística que Suape oferece.
“A partir de Suape eles poderiam fazer a cabotagem (navegação entre os portos brasileiros) e o custo do frete não se tornaria impeditivo. Além disso, há incentivos por meio do Imposto de Renda e do Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe) que valem a pena. O Wal-Mart, por exemplo, centralizou aqui sua distribuição, menos dos perecíveis. Suape é o melhor porto público do País em questões de desembaraço”, comentou Fernando Bezerra.
Para a primeira etapa de implantação, prevista para estar pronta em dois anos, a HCE prevê a importação das peças para montagem das máquinas em sua planta industrial e depois a efetiva produção e montagem. A intenção é suprir a demanda do mercado brasileiro, que hoje representa 5% das vendas da empresa coreana. Atualmente ela possui duas unidades de produção na China e outra na Coreia. Depois de implantar sua fábrica no Brasil, o grupo planeja expandir as plantas de produção para outros países, a exemplo da Rússia. “Com a implantação da fábrica no Brasil vamos ter uma economia de 4% em termos de frete e de tempo de transporte. Também estimamos um crescimento na participação internacional para 10%”, disse John Lim.
Segundo o executivo, a Hyundai Construction Equipment tem uma participação de 24% no mercado nacional de máquinas para construção e espera aumentar este percentual para 30%, depois do início das operações em solo brasileiro. A empresa faz parte do grupo Hyundai Heavy Industries uma das maiores indústrias navais do mundo e é concorrente direta da Samsung, parceria tecnológica do Estaleiro Atlântico Sul.
Pernambuco disputa indústria da Hyundai
27/05/2011