Pernambuco está a um passo de garantir mais uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) e um segundo parque eólico. Dois empreendimentos foram aprovados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para participar dos leilões de fontes alternativas que acontecem nos próximos dias 25 e 26. Os projetos, que serão construídos na Zona da Mata Sul e no Araripe, respectivamente, somam uma potência de 37 MW (megawatts) - volume suficiente para abastecer um cidade com 110 mil habitantes. Na obra e na operação dessas usinas serão gerados mais de 1,4 mil empregos. O aporte a ser investido ficará em torno de R$ 200 milhões. As usinas devem entrar em operação em 2013.
O leilão de fontes alternativas vai contratar energias geradas a partir de biomassa, PCH's e parques eólicos. Havia 517 projetos cadastrados para participar do leilão, mas somente 368 foram habilitados pela EPE. Os dois empreendimentos de Pernambuco que estavam inscritos estão entre os aprovados. A PCH, que terá 8 MW, éda Atiaia Energia, sociedade do Grupo Cornélio Brennand com a Areva Koblitz. Já o parque eólico foi proposto pela Ecopart Investimentos, que tem sede em São Paulo.
Segundo Pedro Cavalcanti, diretor de negócios eólicos da Ecopart, o parque a ser instalado na Chapada do Araripe é competitivo em relação aos projetos do Ceará e do Rio Grande do Norte, estados que hoje reúnem as melhores condições de vento para os parques éolicos e detêm mais de 50% de tudo que foi habilitado para o leilão. O relevo de chapada contribui para uma boa frequencia dos ventos, que foram estudados por 18 meses pela pernambucana Multiempreendimentos.
O fator de eficiência (média de aproveitamento) é superior a 45%. Para se ter ideia, no último leilão, os projetos vencedores estavam entre 35% e 45%. Se a proposta ganhar, o Sertão do estado vai receber um investimento de R$ 150 milhões, com potencial de geração de 29 MW. A construção do parque deve gerar 300 empregos na construção e outros 20, durante a operação. A empresa concorre aindanos leilões com outros sete projetos eólicos no Piauí, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Esse seria o segundo parque eólico do estado - há 25 MW instalados em Gravatá, Pombos e Macaparana.
"Construiremos mais uma PCH, a nossa segunda em Pernambuco, fornecendo energia limpa e renovável, trazendo desenvolvimento para toda a região", afirma José Roberto Faro, presidente da Atiaia Energia. A usina será construída no Rio Serinhaém, onde a Atiaia já possui licença para implantar oito PHCs. A empresa faz segredo sobre a localização. Mas o provável é que seja entre os municípios de Cortês e Bonito. A PCH Pedra Furada, que tem 6,5 MW de potência e está sendo construída pela Atiaia entre Ribeirão e Joaquim Nabuco, dá uma proporção do que será essa nova usina. O aporte foi de R$ 40 milhões, com geração de 300 empregos diretos e 800 indiretos. A Atiaia possui cinco PCHs em operação no país, localizadas no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul.
As chances de êxito dos empreendimentos pernambucanos são maiores porqueos dois foram habilitados para participar tanto do leilão de Reserva (energia contratada além da demanda dos consumidores), como do A-3 (que visa suprir a demanda projetada pelas distribuidoras para 2013). Mas nem todos foram beneficiados dessa forma. Dos 366 projetos aprovados para o Leilão de Reserva, 11 ficarão de fora do A-3. E treze dos 368 habilitados para o A-3 concorrerão exclusivamente nesse leilão. Os empreendimentos a serem contratados no Leilão de A-3 entrarão em operação em janeiro de 2013. No Leilão de Reserva, a geração de energia começa em setembro de 2013.
Energia alternativa em alta no estado
27/05/2011
                        
     
             
                     
                 
                