Polo têxtil atrai nova fábrica

Grupo Covalan programa investimento de R$ 150 milhões em segunda fábrica em Petrolina. Empresa fornece sarja e jeans para o setor de confecções
O novo polo têxtil de Pernambuco, ancorado pela PetroquímicaSuape (que teve a sua pré-operação iniciada na última sexta-feira), ganha reforço com o anúncio de uma fábrica do grupo paulista Covolan, em Petrolina. Com investimento de R$ 150 milhões, a companhia vai construir uma segunda unidade da São Francisco Têxtil no município, onde já atua há sete anos. A unidade vai fabricar sarjas e jeans para atender ao mercado interno.

Fornecedora de tecidos para o polo de Confecções do Agreste, a empresa quer ampliar sua participação no Nordeste. Ontem, a diretoria do grupo assinou protocolo de intenção com o governo do Estado, em solenidade no Palácio do Campo das Princesas. Além da Covolan, a empresa portuguesa Charters Monteiro anunciou a construção de uma fábrica de pré-moldados de concreto em Sirinhaém, no valor de R$ 20 milhões.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, lembrou que depois da Neotêxtil e da Unifit a São Francisco Têxtil será a terceira unidade a anunciar investimento na cadeia de poliéster que está sendo costurada no Estado. “Petrolina entra na briga para sediar um dos polos têxteis que vão surgir no Estado a partir da PetroquímicaSuape”, sugeriu.

Posicionado entre os dez maiores consumidores de poliéster do Brasil, o grupo Covolan espera diminuir a dependência das importações a partir da oferta da PetroquímicaSuape. “Nosso consumo é de 400 mil quilos de poliéster por mês, que compramos da China”, diz o presidente da empresa, Jair Covolan. O diretor Rafael Covolan explica que o custo de nacionalização do poliéster importado chega a ser de 70% do valor global do produto. “Isso levando em conta a tarifa de importação (14%), os impostos internos e o frete. Com a produção local, a estimativa é de uma redução entre 10% e 15%”, calcula o executivo.

Hoje, a São Francisco Têxtil produz fios de algodão na sua unidade em Petrolina e gera 210 empregos diretos. Com a fábrica de tecidos (jeans e sarjas), a empresa vai abrir 800 postos de trabalho. Serão empregos para tecelões, tintureiros, químicos, operadores de máquinas e outros. A previsão do grupo é iniciar a construção da indústria em dezembro deste ano para começar a operar até o final de 2012. Hoje, o Nordeste responde por 15% das vendas de tecidos da empresa, sendo que metade desse total fica no polo de Confecções do Agreste. “Com a nova fábrica, esperamos que essa participação da região salte para 50%”, acredita Jair.

Durante a assinatura do protocolo de intenção, o governador Eduardo Campos lembrou a tradição têxtil de Pernambuco e os anos difíceis que o setor vem enfrentando nos últimos anos. “A fábrica da PetroquímicaSuape representa uma retomada em um novo formato”, destacou.

CONSTRUÇÃO

Atenta ao crescimento do mercado de construção em Pernambuco, o grupo português Charters Monteiro escolheu o Estado para instalar a sua primeira fábrica de pré-moldados no Brasil. Com atuação desde 1941 no Porto de Moche (Portugal), a companhia vai investir R$ 20 milhões no projeto que será implantado em quatro etapas no município de Sirinhaém. “Estamos interessados na construção de fábricas, além dos setores de saneamento básico, drenagem e estradas”, detalha o presidente do grupo, Joaquim Charters Monteiro, estimando um faturamento anual de R$ 27 milhões para a fábrica.

Fernando Bezerra Coelho destaca que a indústria será a primeira de Sirinhaém depois que o município passou a fazer parte do Território Estratégico de Suape. “A cidade vai deixar de ter apenas uma vocação sucroalcooleira e turística para ingressar no setor industrial”, defende.