A Lanxess, líder mundial no segmento de borracha sintética, vai investir 6,66 milhões de euros (cerca de R$ 14,6 milhões) na expansão da capacidade da fábrica do Cabo de Santo Agostinho. Somente na produção de borrachas de alta performance (polibutadieno com catalisador em neodímio - Nd-PBR) a capacidade vai dobrar de 20 mil para 40 mil toneladas/ano, com produção iniciando ao fim de 2011. O investimento é parte de um pacote de 20 milhões de euros anunciado em março deste ano e abrange também as unidades de Dormagen (Alemanha) e Orange (EUA).
Com esse dinheiro, a Lanxess prevê aumentar em 50 mil toneladas por ano sua produção global da Nd-PBR, de olho na demanda crescente por borrachas de alta performance utilizadas, por exemplo, pela indústria de pneus. A expectativa de crescimento é de 10% nos próximos anos. Os maiores fabricantes de pneus, clientes da Lanxess, estão ampliando sua produção, especialmente nos países do chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). No Brasil, de uma demanda estimada em 360 mil toneladas, a indústria de pneus consome 30%.
A fábrica no Cabo de Santo Agostinho é a única produtora da Nd-PBR no Hemisfério Sul. "Esse tipo de borracha já era produzido pela Petroflex quando adquirimos a planta em 2008. O que vamos fazer é introduzir a tecnologia Lanxess utilizando a mesma estrutura e eliminando gargalos, por isso não vamos gerar vagas de trabalho. Mas esse investimento representa nossa aposta no grande potencial de crescimento do mercado brasileiro", destacou ontem o presidente global da unidade de Polybutadiene Rubber, Joachim Grub, ao participar do anúncio oficial do investimento na unidade pernambucana.
A Lanxess existe apenas há seis anos e pagou 370 milhões de euros à Petroflex pela aquisição das unidades do Cabo, Triunfo (RS) e Duque de Caxias (RJ). A planta do Cabo foi inaugurada em 1965 como uma estatal, a Companhia Pernambucana de Borracha Sintética (Coperbo), considerada à época uma opção inteligente para atender à crescente demanda por borracha. A produção do tipo natural não passava de 25 mil toneladas/ano até então, para um consumo já de 60 mil. Nos anos 1970, o controle acionário mudou para a Petroquisa, sendo incorporada pela Petroflex na década de 1990.
"Quando iniciamos a Lanxess o cenário não era favorável. Encontramos companhias inchadas, altamente endividadas. Em outubro de 2008, com a crise financeira, a demanda por borracha despencou e precisamos fazer ajustes", disse o CEO da Lanxess Elastômeros, Jörg Schneider, sobre o corte de 50 vagas diretas no Brasil, além de 350 funcionários terceirizados, inclusive na unidade de Pernambuco, que atualmente emprega 130 pessoas de um total de 900 no país.
Os investimentos no Brasil, entretanto, não chegaram a ser suspensos. A multinacional expandiu a fábrica de Porto Feliz (SP) e agora amplia a capacidade da unidade de elastômeros do Cabo, colocando-a num lugar central no cenário global. "A recuperação econômica do Brasil aconteceu antes do que em outros países, as vendas se recuperaram e pudemos dar sequência natural aos projetos", explicou o presidente da Lanxess no Brasil, Marcelo Lacerda. O Brasil representa 10% do faturamento mundial da companhia, que em 2009 alcançou 5,06 bilhões de euros (cerca de R$ 11,08 bilhões).
Lanxess amplia produção no Cabo
27/05/2011
                        
     
             
                     
                 
                