Após o plantio inaugural das primeiras mudas de maçã, pêra e caqui – frutas típicas do clima temperado -  no Perímetro de Irrigação Senador Nilo Coelho, realizado na última segunda (22) por equipes da Embrapa Semiárido e da 3ª SR Codevasf, o próximo passo é a produção em escala comercial.  E essa empreitada já começou.
 
Precursor nos testes com as novas variedades de frutas em 1,5 hectare de macieiras, pereiras e caquizeiros, o agricultor Milton Bin acredita na viabilidade comercial das culturas agrícolas adaptadas para o clima quente. “Quando eu morava em Curitiba, no Paraná, você falava em plantio de uva no Nordeste, a gente ficava realmente incrédulo. Por isso mesmo a primeira colocação que se faz sobre a maçã: não é pra clima frio? Mas a uva também era pra ser”, compara em tom confiante o proprietário da Fazenda Campodoro em Petrolina. Hoje, 97% da uva brasileira consumida no exterior é colhida nas videiras irrigadas pelo Velho Chico.
 
Fruta de forte apelo comercial, a maçã em teste no Perímetro Nilo Coelho é das variedades Princesa, Eva e Julieta, a primeira desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e as demais pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). As três variedades estão sendo adaptadas para o Semi-árido pelo pesquisador da Embrapa, Paulo Roberto Lopes Coelho. Além de Pernambuco, as novas fruteiras estão sendo implantadas no interior do Ceará. Segundo Paulo Roberto, o sistema de cultivo da maçã é especial e intercala as três variedades para permitir a polinização cruzada, manejo recomendado para a frutificação das macieiras.
 
De acordo com a Unidade de Apoio à Produção (UAP) da Codevasf em Petrolina, se as condições ambientais forem favoráveis, a primeira colheita de maçã no Nilo Coelho deve ocorrer no próximo ano. “A gente espera colher de 5 a 15 kg por macieira, o que daria até 15 toneladas de maçã (para a experiência foram cultivadas mil mudas)”, calcula o agrônomo da Companhia, Osnan Soares Ferreira. As variedades Eva, Julieta e Princesa destacam-se pela pouca exigência de frio para quebra de dormência (método que ativa a floração) e pela maturação precoce.
 
De olho na diversificação da fruticultura para os pequenos produtores, o superintendente da Codevasf, Luís Eduardo Frota, ressalta que a Companhia capacitará a equipe de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) para o momento em que as novas culturas agrícolas estarão consolidadas nos perímetros sob responsabilidade da Codevasf. (com informações da assessoria)
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26/05/2011
                        
     
             
                     
                 
                