Sem o fantasma da crise financeira mundial, as indústrias brasileiras dão sinais de que pretendem abrir o cofre em 2011. Pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 92% do setor pretendem realizar investimentos no próximo ano, frente 89,6% em 2010. O investimento médio também deve sofrer elevação, passando de R$ 6,34 milhões para R$ 6,79 milhões. O levantamento revela ainda que os planos se mantêm voltados para o aumento da capacidade produtiva e estão cada vez mais direcionados para o mercado interno. 
´Se em 2009 a maior parte dos investimentos foi suspensa por causa da crise e se 2010 foi um ano de retomada, 2011 será um ano de continuidade dessa retomada. No geral, os números estão muito positivos`, diz Marcelo Souza Azevedo, economista da CNI. O investimento novo deverá ser impulsionado, sobretudo, pelo aumento da demanda e pelo nível de confiança do empresariado, já que 61,4% das indústrias que investiram em 2010 conseguiram realizar o planejado. Houve menos dificuldades do que em 2009, quando apenas 46,3% executaram seus planos. 
No levantamento deste ano, no entanto, a CNI detectou uma mudança no perfil do investimento. Os planos mantêm-se majoritariamente voltados para o aumento da capacidade produtiva (32,7%), porém uma parcela significativa das empresas pretende investir para lançar novos produtos no mercado (21,3%) e outra não menos significativa quer direcionar os aportes para a introdução de novos processos produtivos. Somados os dois percentuais, temos 30,7% das empresas investindo em inovação.
Já o investimento maior no mercado interno - 77,8% afirmam que vão investir principalmente ou exclusivamente para atender às necessidades nacionais - apenas confirma uma tendência que já se verifica há alguns anos. ´Não perguntamos o motivo disso, mas imaginamos que isso está relacionado à expansão do mercado brasileiro`, comenta Marcelo.
Outro destaque da pesquisa Investimentos na Indústria é o percentual de recursos próprios que as empresas estão desembolsando. Em 2010, 59,8% dos recursos vieram de fontes próprias e apenas 19% de bancos oficiais, como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco do Nordeste. Isso, na opinião da CNI, dificulta o crescimento e a inovação na indústria. Foram ouvidas 545 entre pequenas, médias e grandes empresas de todo o país, entre os dias 4 de outubro e 12 de novembro.
Otimistas, indústrias vão investir em 2011
26/05/2011
                        
     
             
                     
                 
                