Considerada âncora do futuro polo farmacoquímico do Estado, situado em Goiana, na Zona da Mata Norte, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) lançou ontem o edital para a construção do restante das obras civis de sua fábrica. Estimada em R$ 282,2 milhões, a licitação será responsável por edificar 12 blocos da fábrica, além de construções complementares como tanque e portaria. A estimativa é que 1.000 pessoas sejam demandadas para essa nova etapa da obra. 
 
No total, a unidade deverá custar R$ 540 milhões. Desse valor, R$ 27,4 milhões foram destinados para dois blocos, cujas obras estão em andamento, e o restante custeará o maquinário necessário para dar suporte a operação. 
 
Pelos cálculos do presidente da Hemobrás, Rômulo Maciel, é possível haver uma alteração do preço em torno de 10% – para mais ou para menos. “Esse percentual foi o que conseguimos na licitação anterior. Quando a gente faz uma projeção de custo, normalmente prevê um pouco mais ou um pouco menos”, comenta. Nas estimativas do comando da Hemobrás, os envelopes devem ser abertos no dia 6 de janeiro e a ordem de serviço deverá ser dada no final do primeiro trimestre. Isso porque qualquer processo licitatório prevê uma série de prazos para entrega de documentos e recursos das empresas participantes. 
 
Para se ter ideia da complexidade da obra da Hemobrás, são cerca de 10 mil itens listados e que são acompanhados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A expectativa de Rômulo Maciel é que até empresas internacionais, desde que consorciadas com construtoras locais, participem da licitação e elevem a disputa. É possível que as obras tenham início no primeiro semestre de 2011. A previsão para operação da planta é 2014. 
 
A Hemobrás já foi alvo de críticas até mesmo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por conta de atrasos na construção. Desde o final de 2004, o empreendimento é discutido e teve sua criação aprovada pelo Congresso. De lá para cá, o caminho foi marcado por atrasos nas obras e complicações com o TCU. 
 
Os dois primeiros blocos, o B01 e o B17, tiveram as obras paralisadas por problemas no processo licitatório e uma nova concorrência foi aberta. Atualmente, a construção está em andamento com a contratação de 157 trabalhadores. 
 
Esta será a primeira fábrica brasileira de hemoderivados e a maior da América Latina, com capacidade para processar 500 mil litros de plasma por ano e de produzir de seis medicamentos, tirando o Brasil da atual dependência do mercado externo. 
 
Por ano, o País gasta R$ 800 milhões na compra de medicamento fora do Brasil. A unidade da Hemobrás fabricará itens como albumina, fator IX (esses dois com a produção sendo suficiente para atender a demanda do Sistema Único de Saúde, SUS), e a demanda total do fator de Von Willebrand e do complexo protrombínico. 
 
Hemobrás lança licitação de R$ 282 mi
26/05/2011
                        
     
             
                     
                 
                