A partir de 2010, a fazenda de beijupirá da Aqualíder - localizada a 11km da costa de Boa Viagem - deverá produzir 100 toneladas do pescado em quatro tanques-rede - um deles será substituído por um com maior capacidade até dezembro deste ano. Cada um dos tanques cultivará cerca de 30 mil alevinos. Desde o início do ano, quando a Aqualíder começou a operar, foram despescados 12 toneladas de beijupirá, mas a meta é chegar a 60 até dezembro. Na última semana, mais três toneladas do peixe foram retiradas dos tanques para serem distribuídas para o Grupo Pão de Açúcar. O quilo do produto foi comercializado a R$ 15.
"Em 2009, a estocagem do peixe foi de 15 mil. A partir do próximo ano este número deverá dobrar. E a partir de setembro, pretendemos despescar um tanque-rede a cada três meses. Assim, teremos oferta contínua de mercado", explicou o diretor da Aqualíder, Manoel Tavares.
Ele acrescentou que o projeto conta com investimento de R$ 10 milhões em ativos fixos e cerca de R$ 15 milhões em custeio para financiar todos os 48 tanques-rede que serão instalados de acordo com investimentos externos. Quando atingir esta etapa, serão produzidas 10 mil toneladas ao ano.
"Fazemos a despesca de modo artesanal, uma vez que ainda não temos uma continuidade de produção. Entre 2011 e 2012, despescaremos os beijupirás dos tanques direto para o laboratório da empresa, na Praia do Cupe, em Ipojuca, a uma distância de 38 quilômetros em linha reta. O processo será feito através do peixoduto - uma espécie de tubulação para conduzir os peixes, mas isso será feito quando tivermos escala. Até lá a retirada do pescado será feita artesanalmente", declarou Tavares.
Ainda segundo o diretor, neste primeiro momento, considerado piloto, o foco é priorizar o abastecimento interno,mas isso não impede a empresa de distribuir os produtos para quem tiver interesse, seja no mercado interno ou externo. "Em parceria com o Departamento de Tecnologia Rural da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) esperamos produzir beijupirá defumado, salgado, caviar e até como bacalhau, o projeto já está sendo desenvolvido. Muitos restaurantes provaram amostras nossas e ficaram ansiosos para receber o produto de forma contínua. Todos eles têm o desejo de substituir os peixes que utilizam atualmente, como o camorim e o meca, pelo beijupirá", concluiu.
Da redação - Folha de Pernambuco