PETROLINA – As frutas produzidas no Vale do São Francisco – em especial, uva e manga – e os vinhos fabricados no Sertão pernambucano devem “invadir” novos mercados a partir de 2010. E o endereço das novas investidas pode ser a Índia. Ao menos essa é a expectativa que fica após visita, esta semana, do consultor indiano Guahar Siraj, da India Brazil Trade Association. Em Petrolina, na sede Associação dos Produtores e Exportadores de Hortifrutigranjeiros do Vale do São Francisco (Valexport), o consultor comentou sobre o resultado de uma pesquisa encomendada pelo Sebrae, mostrando o interesse do país asiático em comercializar produtos pernambucanos.
Para dar o pontapé nessa parceria, já está sendo programado para setembro de 2010, o 2º Encontro de Compradores Internacionais, que deve acontecer no Recife. Dez empresários indianos devem marcar presença no evento, que será capitaneado pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Federação do Comércio (Fecomércio) e Sebrae.
“O Brasil ainda tem uma presença muito tímida na Índia. Vendemos mais que compramos. Em Pernambuco, além das frutas e do vinho, nos interessamos pela tecnologia da informática, cosméticos e produtos farmacêuticos. Para estabelecer uma parceria comercial com boas possibilidades é preciso se preparar, entender o mercado, os concorrentes e o consumidor”, frisou o consultor indiano, Guahar Siraj.
A possibilidade de ampliação de mercado é bem avaliada pela Valexport. “No entanto, é importante destacar que deve haver uma definição da logística de transporte para que o produto chegue com no máximo vinte dias, com um preço competitivo. Potencial existe e nós vamos buscar os meios participando inicialmente, tanto do encontro em Recife como em Petrolina”, adiantou o vice-presidente da Valexport, Ronald Mello. O encontro em Petrolina pode acontecer durante uma rodada de negócios com compradores indianos, durante a Feira Nacional da Agricultura Irrigada, prevista para maio.
Guahar Siraj, juntamente com uma comitiva, visitou fazendas e vinícolas do Vale do São Francisco. “Em um mercado onde o consumo de vinho cresceu 320% em 2008, tem perspectiva para 9 milhões de litros em 2010 e tem tido incentivo para a apreciação de vinhos jovens, certamente vai receber bem o produto brasileiro”, avaliou o vice-presidente do Instituto do Vinho do Vale do São Francisco(Vinhovasf) e diretor da vinícola Rio Sol, João Santos.
Da redação - Jornal do Commercio