Uma iniciativa digna de aplauso

Empresa implanta unidade que vai regenerar gases, como os CFCs e os HCFCs, que agridem o meio ambiente. Investimento é de R$ 1,4 milhão

 

A empresa Bom Clima Refrigeração inaugurou o primeiro Centro de Regeneração e Reciclagem do Nordeste (CRN) que vai recuperar e permitir a reutilização dos fluidos refrigerantes formados por gases como clorofluorcarbonos (CFCs) ou os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs). O primeiro agride a camada de ozônio, enquanto o segundo contribui para o efeito estufa. Eles são encontrados em geladeiras, aparelhos de ar-condicionado e sistemas de refrigeração. O empreendimento funciona no Bairro do Ipsep e a sua implantação demandou um investimento de US$ 750 mil (cerca de R$ 1,4 milhão).


Os recursos para a implantação do empreendimento foram bancados por um fundo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a empresa foi escolhida num processo de seleção pública. A Bom Clima Refrigeração está no mercado há 14 anos e tem 60 funcionários.


O CRN distribuiu gratuitamente 150 máquinas que serão usadas para retirar o gás dos eletrodomésticos pelas empresas de refrigeração instaladas na Região Metropolitana do Recife (RMR). Depois de extrair o produto, elas devem enviar o gás para os três centros de coleta implantados no Centro da cidade, Boa Viagem e Torre.


“Para cada quilo de gás, vamos pagar 10% do valor do mercado e as empresas vão poder receber o produto regenerado para aplicar de novo”, explicou o presidente do Bom Clima Refrigeração, Oseas Omena, acrescentando que a partir de janeiro deste ano o Brasil já começou a diminuir a importação desses gases e, consequentemente, será importante a reciclagem.


O País estabeleceu metas para redução do consumo dos dois gases. Por isso, a implantação do empreendimento conta com o apoio do Ministério do Meio Ambiente que coordena a instalação desses centros em todo o País. Além do empreendimento recifense, foram implantados mais quatro, sendo dois em São Paulo, um no Rio e outro em Porto Alegre.


O CRN está preparado para fazer a regeneração de uma tonelada diária de gás que serão vendidos de novo para as empresas que trabalham com refrigeração. Segundo Omena, o centro poderá registrar um faturamento de até R$ 2,9 milhões por ano, caso as empresas de refrigeração façam a reciclagem correta desses gases.