Refinaria Abreu e Lima começa a operar em 2011

RIO DE JANEIRO - A parceria da Petrobras e da PDVSA na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Suape, já é dada como certa entre os governos do Brasil e da Venezuela. Tanto é que o diretor de Abastecimento da petrolífera brasileira, Paulo Roberto Costa, afirmou que, nesta semana, será assinado um documento oficial. No caso, o contrato definitivo fechando o convênio entre as duas empresas. E, no próximo mês, haverá um ato solene para a celebração do acordo, que contará com as presenças dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez. Permanece sem definição o local onde acontecerá o evento. As informações foram concedidas ontem, logo após o Café com Energia, evento realizado na capital carioca. Com a parceria, a projeção é de que a refinaria comece a operar no primeiro trimestre de 2011.


O governador Eduardo Campos também comemorou o avanço nos negócios. “Foi positivo o resultado do encontro com a PDVSA (na semana passada, na Venezuela). De tal forma que a Petrobras fez o acordo com o que ela queria desde o início, há dois anos”. Ao término do Café com Energia, era possível ver o governador sentado ao lado de Paulo Roberto Costa e do presidente de Suape e secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, falando reservadamente e parecendo estar bastante satisfeito com as últimas novidades.


Porém, o acordo selado entre as estatais se define após incansáveis idas e vindas nas negociações. Sem lograr êxito, Petrobras e PDVSA discutiam desde 2005 a construção da unidade para refinar aproximadamente 230 mil barris/dia de petróleo a partir de 2011. No fim de maio deste ano, Lula e Chávez deram um prazo de 90 dias para que se resolvessem as divergências que impediam a associação entre as petrolíferas. No dia da reunião, que aconteceu na Bahia, o áudio vazou para a mídia, que divulgou reclamações e lamentos por parte dos dois chefes de Estado.


Em outra ocasião, o mesmo Paulo Roberto Costa chegou a declarar que a proposta apresentada pela venezuelana era inviável. Ele apontava dois entraves: a PDVSA queria ter comando sobre o preço do petróleo, que seria vendido para processamento da refinaria; Outrossim, a comercialização dos produtos resultantes do processamento do petróleo. Neste segundo, a empresa tinha planos de pegar a sua participação de 40% e vender no mercado do Brasil, o que fatalmente “derrubaria” distribuidoras pequenas da Região Nordeste. Num investimento de US$ 4,5 milhões está estipulado que a Petrobras terá 60% de participação na Refinaria Abreu e Lima e que a PDVSA será responsável por 40% do capital.