Inauguração será mantida para início de 2011. Em setembro Petrobras e petrolífera venezuelana assinam contrato de parceria no empreendimento
Rio - A Refinaria Abreu e Lima deverá ser concluída no primeiro trimestre de 2011. O prazo para o início das operações da refinaria foi mantido após a superação de todos os obstáculos para a incorporação da estatal venezuelana PDVSA na sociedade com a Petrobras. O contrato entre as duas estatais deverá ser assinado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez em setembro, mas o local ainda não está definido. Como Lula confirmou visita a Pernambuco, no dia 11 do próximo mês, o governador do estado, Eduardo Campos, trabalha para que o acordo bilateral seja oficializado na data.
Ontem, Eduardo participou do Café com Energia, promovido pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), onde apresentou o Suape Global, iniciativa para consolidar o novo polo industrial pernambucano, para empresários, consultores e projetistas ligados ao mercado de petróleo, gás e offshore e à indústria naval. À noite, tinha um encontro agendado com o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, em Brasília (DF).
As negociações entre os dois países foram fechadas na semana passada. Equipes da Petrobras e da PDVSA estão reunidas nesta semana para a elaboração da redação final do contrato. Na ocasião da assinatura do acordo, a PDVSA aportará mais de US$ 400 milhões no empreendimento. Este é o valor estimado, através de auditoria, dos investimentos feitos pela Petrobras até 31 de dezembro na obra. O aporte venezuelano ainda será atualizado ao preço de agosto deste ano. Até agora, a Petrobras já investiu R$ 3,5 bilhões na unidade.
Segundo o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, as cotas de participação de cada uma das companhias foram mantidas (60% para a brasileira e 40% para a venezuelana) e todos os pontos divergentes, equacionados. Entre as pendências, estavam o preço do petróleo, o plano de investimentos e a compra de derivados. Costa revelou que a PDVSA cedeu às exigências.
Sobre a possibilidade de a PDVSA vender sua parte do combustível processado (diesel) no Brasil, Costa afirmou que a companhia irá se sujeitar às regras e regulamentações do país. "Além disso, ela aceitou ter, como o preço pago por seu petróleo, o valor do barril cotado no mercado internacional", comentou. Antes, a PDVSA pedia o acréscimo de um fator X no preço final. A Refinaria produzirá 230 barris por dia, sendo 50% da Bacia de Campos e a outra metade da Venezuela.
Investimentos - O diretor também revelou que a comissão de licitação da Petrobras já analisa as propostas para os cinco contratos, que tiveram suas licitações relançadas no mercado este ano. O resultado deve ser divulgado no final de agosto. Ele destacou que houve uma redução substancial nos preços, acima de 10%, mas não deu mais detalhes para não prejudicar as negociações. Dos 15 principais contratos da refinaria, 10 já foram assinados - os menores ainda terão os processos licitatórios lançados.
Costa confirmou que os valor da Refinaria já foi redimensionado pela Petrobras, mas não divulgou quanto a mais será dos US$ 4 bilhões, estimados anteriormente. "Só repasso depois de fechar as licitações, porque pode prejudicar as negociações com os contratos", disse.
Da redação - Diario de Pernambuco
Acordo com PDVSA garante cronograma da refinaria
14/07/2011