O Boletim Sinal Econômico, lançado ontem pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), pretende oferecer dados para a otimização das estratégias organizadas pelo setor industrial do Estado. Entre os futuros apontamentos estão a melhora da qualificação de mão de obra e novos modelos de concessão de benefícios. O resultado tem como função abrir o mercado para fornecedores locais. A publicação trimestral precisa de aperfeiçoamentos, até porque o levantamento só contou com a base de dados da AD Diper. Um verificação mais eficaz sobre as fábricas que estão desembarcando pode ser uma das consequências práticas.
“É preciso uma ferramenta para acompanhar o andamento dos projetos. Algo para aferir se o que foi prometido está sendo cumprido, como prazos e geração de empregos. Hoje, não temos como observar se estão executando o que foi aprovado pelo Prodepe (Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco)”, sugeriu o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho. A expectativa é de que sejam criadas condições favoráveis para isso com o passar do tempo e a adesão de uma equipe maior por parte da AD Diper, conforme informou o presidente do órgão, Jenner Guimarães.
A expectativa também é evitar que aconteçam investimentos diferentes do que foi anunciado. No caso da fabricante alimentícia Kraft Foods, por exemplo, eram previstos R$ 100 milhões e foram aportados R$ 190 milhões. Segundo Guimarães, foram pesquisadas apenas sete de 12 regiões no Estado com novas unidades industriais no primeiro boletim, porque as que não foram analisadas ainda não foram consideradas relevantes para o fortalecimento do setor. “O que não é necessariamente ruim, já que cada cidade tem sua vocação”, complementou.
De acordo com o Boletim, foram investidos em Pernambuco R$ 842 milhões no segundo semestre, sendo 45% no segmento alimentício. A pesquisa mostra ainda a descentralização dos aportes na Região Metropolitana. A Zona da Mata Sul aparece com 27% das aplicações. No mesmo período, foram gerados cerca de 9,5 mil empregos.
Ideia é unificar tramitação de projetos
Um dos grandes problemas para um levantamento preciso por parte da AD Diper é o fato de a tramitação dos projetos acontecer em órgãos distintos. Por isso mesmo, o Boletim Sinal Econômico não comporta investimentos nos setores naval e calçadista, por exemplo, já que eles não passam por aprovação do Prodepe. No que diz respeito aos navios, o Governo concede alíquotas zero de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por meio do Programa de Desenvolvimento da Indústria Naval de Pernambuco (Prodimp), que é parte da Secretaria da Fazenda.
“Muita coisa que entra em Suape não passa por aqui. Isso vem de governos anteriores, mas a verdade é que se continua fazendo na mesma linha. A situação seria fortalecida se tudo corresse em um único processo”, analisou o presidente da AD Diper, Jenner Guimarães. Segundo ele, existem negociações na tentativa de reunir as informações em apenas uma unidade. Outro entrave está relacionado à catalogação das informações, que hoje acontece em planilhas, susceptíveis ao erro humano. A perspectiva é de que um software seja criado para solucionar o caso.
Boletim otimiza estratégias para setor industrial
07/06/2011