Os produtores de frutas do Vale do São Francisco já podem respirar um pouco mais aliviados.
O governo federal vai conceder um financiamento emergencial de cerca de R$ 170 milhões para o custeio da safra 2009, através da linha Revitaliza, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
As taxas de juros devem ficar em 11% ao ano, com um ano de carência e três anos para quitação.
A região, eminentemente exportadora, enfrenta dificuldades desde o agravamento da crise financeira internacional nos Estados Unidos e Europa, em setembro de 2008.
O financiamento foi assegurado ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante encontro em Brasília com os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos, e da Bahia, Jaques Wagner.
Eduardo e Wagner levaram ao ministro um dossiê com os prejuízos causados pela crise e pelo período de entressafra no Vale, responsável por 42% do total de exportações brasileiras de uva e manga in natura. Segundo Mantega, a linha especial deverá ser aprovada hoje em uma reuniãodo Conselho Monetário Nacional.
"As empresas que perderam as linhas de financiamento das grandes tradings, que antes compravam e adiantavam recursos e que com a crise internacional deixaram de fazê-lo, vão receber dinheiro para começar a cultura dessas frutas. Isso vai gerar a contratação imediata de pessoas, combater o desemprego, animar o comércio e fazer com que as empresas também possam honrar seus compromissos com os fornecedores", disse Eduardo, explicando que a linha é a mesma utilizada também de maneira emergencial no combate aos estragos causados pelas enchentes em Santa Catarina.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, a liberação desses recursos coroa uma série de ações desenvolvidas pelo governo do estado desde dezembro, quando o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, esteve no Palácio do Campo das Princesas.
"O Banco do Nordeste e o Banco do Brasil também já se adiantaram e estão renegociando as dívidas dos produtores", destacou. Os débitos da safra atual chegama R$ 500 milhões, de acordo com estimativas do governo estadual.
Positiva - O vice-presidente da Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport), Aristeu Chaves, considerou positiva a iniciativa dos dois governadores. "A taxa de juros é perfeitamente aceitável e o prazo vai atender de imediato as necessidades dos produtores", frisou.
A Valexport calcula em 40 mil as demissões no Vale, por causa da queda nas exportações. Na semana passada, o prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, esteve reunido com Eduardo Campos, para tratar do assunto.
A ideia é garantir o seguro-desemprego também para os trabalhadores temporários, o que foi solicitado ontem ao Ministério do Trabalho e Emprego.
Hoje, representantes das três instituições - BNDES, BNB e BB - participam de uma nova reunião no Recife. Eles terão acesso às informações necessárias e deverão repassar instruções para que os produtores tenham acesso a essa linha de crédito.
Crédito de emergência para produtor
15/07/2011