Resultado da economia pernambucana no segundo trimestre do ano supera índice nacional. Agropecuária apresenta melhor percentual de crescimento, dizem os dados
Se o Brasil pode comemorar o resultado positivo de crescimento de 1,9% do PIB no segundo trimestre do ano, o aumento de 5,9% registrado no Produto Interno Bruto de Pernambuco no mesmo período aponta para um reflexo menor da crise internacional na economia do estado.
Nos primeiros seis meses deste ano, a taxa de crescimento foi de 3,8%, chegando a 5,2% no acumulado dos últimos doze meses.
O melhor resultado foi do setor de agropecuária (9,2%), com o melhor desempenho alcançado na pecuária (10,4%), especialmente a produção de aves e leite. Em seguida aparece a indústria (5,1%), onde a construção civil registrou um aumento de 17,4% no segundo trimestre de 2009. Os serviços vêm em terceiro lugar, com resultado positivo de 6,1%. Destaque para serviços prestados às empresas (4,1%), intermediação financeira e aluguéis (3,6%) e administração pública (9,2%).
Especificamente neste ponto, Pernambuco apresentou resultado bem diferente do Brasil. Os gastosgerais do estado apresentaram crescimento real de 11,5% no primeiro semestre de 2009, enquanto que no país houve retração de 0,1% entre abril e junho deste ano e crescimento de 2,2% na comparação com 2008.
Os números foram comemorados pelo governador Eduardo Campos, durante cerimônia de batimento de quilha do primeiro navio produzido pelo Estaleiro Atlântico Sul, em Suape. "Estamos ganhando 2009. O PIB de Pernambuco continua crescendo. Nem a China cresceu assim. Isso é resultado de mais investimentos públicos", disse o governador, ao lado do presidente Lula.
Para a coordenadora de Contas Regionais da agência Condepe/Fidem, Cláudia Pereira, os números não significam que Pernambuco não esteja sofrendo o impacto da crise econômica, mas que os reflexos estão sendo diminuídos devido ao resultado de alguns setores. "A construção civil e a administração pública apresentaram os melhores resultados, em função dos investimentos que estão sendo feitos, não apenas em Suape, como em outras regiões do estado", explica.
Como exemplo, Cláudia Pereira cita o maior consumo das classes C e D - também destacados no quadro nacional de crescimento do Produto Interno Bruto. "Pernambuco é um produtor de bens intermediários, matéria-prima. Se há queda na produção no Sul e no Sudeste, este resultado vai se refletir aqui. No caso do consumo das classes mais baixas, um exemplo é o maior consumo da linha branca (geladeiras, fogões, máquinas de lavar). O estado é produtor de peças para estes produtos e também se beneficia deste resultado positivo", aponta a técnica.
De acordo com estimativas de crescimento do Condepe/Fidem, o estado deve fechar 2009 com um crescimento entre 3,2% e 4,2%. A avaliação leva em consideração os investimentos públicos e privados e as obras de infraestrutura que estão sendo executadas.
Cláudia Pereira destaca que, como a maioria dos projetos está em fase inicial de operação, a expectativa é de que os resultados positivos aconteçam por um tempo prolongado. Para o segundo semestre, a expectativa é que os percentuais decrescimento continuem positivos: agropecuária (9,2%), indústria (5,1%), serviços (6,1%) e impostos (4,8%).