Apesar de ter amargado uma redução de R$ 291 milhões nos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE) em 2009, Pernambuco conseguiu fechar o ano com as contas equilibradas. Em grande parte, em função dos apertos dados nos devedores e fechando torneiras no custeio da máquina. No ano passado, a arrecadação da dívida ativa foi de R$ 123 milhões - quatro vezes maior que a de 2006, em valores corrigidos. Entre 2007 e 2009 foram recuperados R$ 247 milhões. Já o programa de controle de despesas obteve uma economia de R$ 213,6 milhões nos três anos.
Quem ganhou foi a população. Recorrendo ainda a convênios e financiamentos para reforçar o caixa, o governo do estado conseguiu executar um ambicioso programa de investimentos. De acordo com a Secretaria de Planejamento e Gestão, o estado investiu R$ 2,2 bilhões em 2009, ano de crise financeira internacional. A previsão anterior era a de que esse número chegaria a R$ 1,8 bilhão, volume já considerado alto diante damédia histórica do período 2003-2006, que era de apenas R$ 680 milhões.
Os investimentos aumentaram mesmo com o estado ampliando gastos com pessoal, ao contratar 20 mil novos servidores através de concurso - 90% deles professores, médicos e policiais. "Não existe mágica. É questão de gestão eficiente. Cortamos despesas ruins, aumentamos a captação de recursos. O governo inteiro presta contas e o governador acompanha sistematicamente nos mínimos detalhes", explicou ontem o secretário Geraldo Júlio, ao comentar a mensagem enviada por Eduardo Campo à Assembleia Legislativa contendo um balanço das ações do governo em 2009.
Segundo ele, os investimentos aumentaram em todas as áreas, com destaque para a Compesa (1.015%), Suape (446%), educação (264%), saúde (213%), incentivo à pesquisa científica (200%) e defesa social (149%). A Adutora de Pirapama, maior obra de saneamento do Nordeste (R$ 430 milhões) e carro-chefe da Compesa, está 60% concluída. Em Suape, foram investidos R$ 436 milhões em 2009, ou duas vezes e meia a soma dos quatro anos do governo anterior.
Apesar do governo ter contraído mais empréstimos em 2009 - somente R$ 690 milhões vieram do Programa Emergencial de Financiamento (PEF), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a relação entre dívida e receita corrente líquida caiu de 82%, em 2006, para 63% no ano passado. "Nossa atitude não foi recessiva, e sim proativa. O resultado de tudo isso é que Pernambuco deverá crescer 4% em 2009, enquanto o país vai ficar com crescimento próximo de zero. É a primeira vez que acontece um descolamento de quatro pontos percentuais", conclui Geraldo Júlio.
Pernambuco fecha 2009 com contas equilibradas
02/06/2011