O anúncio oficial do segundo grande estaleiro a se instalar no cluster naval de Suape poderá ocorrer logo após o Carnaval. A data da divulgação está pré-agendada para o dia 22, mas será confirmada quando os executivos do consórcio Schahin-Modec voltarem de Houston, onde foram ajustar os detalhes do negócio com os acionistas. Do lado do governo de Pernambuco, a informação é que as negociações estão avançando. O empreendimento seria o primeiro (não virtual) depois do Atlântico Sul, uma vez que a planta da Galvão-Alusa ainda depende de vencer a licitação da Petrobras para um primeiro pacote de sondas de perfuração antes de bater o martelo.
O consórcio Schahin-Modec já concluiu as negociações com a Petrobras para o afretamento de uma plataforma FPSO, que vai operar na exploração do pré-sal, no prospecto de Guará, na Bacia de Santos. A plataforma terá capacidade para processar 100 mil barris de petróleo por dia e deve entrar em operação em 2013. Como já conta com uma encomenda concreta, o governo de Pernambuco está contando com o empreendimento como real, ao passo que os demais ainda são considerados virtuais.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho, diz que o consórcio Schahin-Modec solicitou uma área de 40 hectares no complexo. O investimento ainda está sendo dimensionado. No plano diretor do Complexo de Suape foi destinada uma área de 634 hectares para a implantação de novos estaleiros. Além do Atlântico Sul, que vai entregar seu primeiro navio até o final do próximo mês, também estão em negociação os empreendimentos da Construcap (R$ 200 milhões) e da Galvão-Alusa, orçado em US$ 495 milhões (R$ 910 milhões pela cotação do dólar de ontem).
O projeto da Galvão-Alusa, que conta com a parceria das coreanas Sungdong e Komac (especializada em design de navios e estaleiros) e da holandesa SBM, vai gerar 2.500 empregos diretos. O estaleiro terá foco na construção de sondas de perfuração, mas também poderá fabricar plataformas de petróleo e barcos de apoio offshore. O empreendimento terá capacidade para processar 50 mil toneladas de aço por ano, volume equivalente a um terço do que pode fazer o Atlântico Sul.
Um dos desafios do governo de Pernambuco para abrigar todos esses estaleiros é fazer um pesado investimento em infraestrutura. Bezerra Coelho adianta que será necessário investir em um grande programa de dragagem, que poderá custar R$ 1 bilhão. Para dimensionar o que isso significa, basta dizer que o PAC da Dragagem da Secretaria Especial de Portos dispõe desse valor para atender a vários portos no País.
Anúncio do 2º estaleiro de Suape será no dia 22
02/06/2011