O Conselho de Autoridade Portuária (CAP) do Porto de Suape aprovou ontem o novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento Global (PDZ) do complexo.
Na prática, a decisão viabiliza o Cluster Naval em formação nas ilhas de Tatuoca e Cocaia, com a dragagem que será necessária para acesso aos estaleiros, orçada em R$ 960 milhões. Viabiliza, ainda, a construção de três novos terminais (minérios, contêineres e grãos), com investimentos previstos de US$ 630 milhões (cerca de R$ 1,15 bilhão).
O PDZ é resultado da revisão do plano diretor de Suape. Com a aprovação pelo CAP, o projeto segue agora para a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). "Vamos entregar todos os estudos de viabilidade em março à Antaq, para que os projetos sejam licitados até o fim do ano", diz o secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente da empresa Suape, Fernando Bezerra Coelho.
Caso comecem a ser construídos em 2011, os três novos terminais devem entrar em operação em 2013. Ode grãos (Terminal de Múltiplos Usos), orçado em cerca de US$ 180 milhões, será operado pela Transnordestina Logística no escoamento da carga que virá do sul do Piauí e oeste baiano através da ferrovia hoje em construção.
Já a dragagem é fundamental para a operação dos novos estaleiros que vão se instalar em Suape, a exemplo do anunciado na última segunda-feira pela Schahin-Tomé. O consórcio vai construir no complexo industrial portuário a primeira plataforma do pré-sal, arrendada pela Petrobras para o campo de Guará, na bacia de Santos (SP). O empreendimento está orçado em R$ 300 milhões com previsão de gerar 1,7 mil empregos. O Cluster Naval tem uma área de aproximadamente 410 hectares, dos 620 existentes, para serem utilizados por estaleiros.
A elaboração do novo PDZ foi iniciada em 2008 pelo consórcio Planave/Projetec e vinha sendo avaliado pelo CAP desde outubro de 2009. Ele define a distribuição das áreas, a ocupação pelos novos empreendimentos e as ações que visam ao desenvolvimento do porto. "A partirda aprovação iremos realizar a revisão da poligonal do porto organizado, atualizar o programa de arrendamento e viabilizar as obras de infraestrutura necessárias para adequação do porto aos novos investimentos", explica o presidente do CAP/Suape, Fernando Corrêa dos Santos.
O PDZ também contempla a construção do PGL-3, um píer petroleiro, para atender a movimentação da Refinaria Abreu e Lima. A dragagem do acesso ao píer, que tem custo estimado em R$ 200 milhões, já está sendo realizada pela Secretaria Especial de Portos com recursos do Programa Nacional de Dragagem.
O plano aprovado ontem pelo CAP/Suape considera um horizonte de 20 anos, podendo ser reavaliado a cada cinco. Segundo estudos do consórcio Planave/Projetc, o aumento na movimentação de cargas do porto deverá pular dos oito milhões de toneladas anuais para 48 milhões de toneladas/ano até 2016. Somente a refinaria deverá movimentar 20 milhões de toneladas em granéis sólidos e mais 17 milhões de toneladas em granéis líquidos.
Suape viabiliza Cluster Naval
02/06/2011