Mantido cronograma de obras da refinaria

Apesar da polêmica sobre o empréstimo de R$ 2 bilhões obtidos junto à Caixa Econômica Federal, a Petrobras está recebendo, até o final de dezembro, as propostas para a construção e montagem da Refinaria Abreu e Lima em Suape. O orçamento para 2009 ainda aguarda a definição do Plano Estratégico de Investimentos da estatal, mas a previsão da equipe de trabalho é analisar as propostas em 45 dias e assinar os contratos até o final de janeiro.

“A Petrobras está revendo seu plano de negócios. Ainda não foi totalmente definido o valor que vamos ter para a refinaria em 2009”, disse Paulo César Silva, engenheiro da equipe de implantação da refinaria, na Petrobras. Ele, entretanto, afirma que o projeto está sendo tocado dentro do cronograma.

Até o próximo mês, a Petrobras recebe as propostas de construção e montagem da unidade de destilação atmosférica, da estação de tratamento de água, da unidade de coqueamento retardado, estação de tratamento e despejos industriais, unidade de hidrotratamento e contrato global de automação. A previsão é que as unidades iniciem a construção de forma quase conjunta, mas terminando em momentos diferentes. A obra mais complexa é a unidade de hidrotratamento.

O único contrato definido, em outubro deste ano, mas ainda a ser assinado, foi com a Alusa, que ficará responsável pela construção da casa de força, uma termoelétrica de 200 megawatts que produzirá a energia consumida na refinaria. “A Alusa inicia o projeto agora e o canteiro de obra, mas a construção propriamente dita só terá início em março ou abril", completa Silva.

A Refinaria Abreu e Lima terá capacidade para processar 200 mil barris de petróleo por dia, sendo 50% de origem venezuelana e 50% de origem brasileira, da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. O contrato de associação entre a Petrobras e a PDVSA sofreu diversos adiamentos e ainda não foi assinado. Mas o conjunto de tanques em licitação prevê a separação da origem dos petróleos, sendo um conjunto para o petróleo de Carabobo (Venezuela) e outro para o petróleo de Marlim (Bacia de Campos). Para se ter uma idéia da dimensão dos tanques que estarão em Suape, os maiores possuem diâmetro de 100 metros. Haverá tanques também para guardar os derivados produzidos, como nafta petroquímica, óleo combustível, gás liquefeito de petróleo e diesel.