Estado cresceu mais que o País

Os investimentos que estão ocorrendo em Suape e algumas obras públicas resultaram em uma alta de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco no ano passado, enquanto o desempenho da economia brasileira ficou em -0,2%. O PIB mede todas as riquezas produzidas em um determinado lugar e o seu crescimento significa também mais emprego. Desde 2004, é a primeira vez que o Estado cresce menos do que no ano anterior.

“É um resultado para comemorar, porque vários países registraram quedas nas suas economias”, disse o secretário estadual de Planejamento e Gestão, Geraldo Júlio. Ele estava se referindo à crise global que estourou em setembro de 2008 e desacelerou a economia do mundo. A crise internacional foi considerada a maior dos últimos 80 anos.

Em Pernambuco, o setor que mais contribuiu para o crescimento da economia pernambucana foi a construção civil. “Ocorreu um aumento nessa área em Suape, na construção de moradias novas e no do consumidor formiguinha que continuou a fazer puxadinhas e a reformar as suas casas”, explica o economista e diretor de estudos e pesquisas socioeconômicos da Agência Condepe-Fidem, Rodolfo Guimarães.

Os principais empreendimentos que estão se instalando em Suape são a Refinaria Abreu e Lima, o Estaleiro Atlântico Sul - que já está funcionando, mas ainda não foi concluído - e o pólo petroquímico, que será formado por três fábricas. O local também está recebendo investimentos em infraestrutura. “Suape teve um papel muito importante no desempenho do PIB pernambucano. No ano passado, o governo estadual investiu R$ 450 milhões no local”, afirma Geraldo Júlio.

Outras obras que também tiveram impacto na performance da economia estadual foram a duplicação da BR-101 e as obras da transposição de águas do Rio São Francisco.

No setor industrial, a indústria de transformação caiu 2,7% no ano passado. “Essa parte da indústria sofreu no último trimestre de 2008 e no primeiro semestre de 2009 e aí foram atingidos o setor sucroalcooleiro e o de metal-mecânica”, explica o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Jorge Corte Real.

Na agropecuária estadual, o crescimento maior foi registrado na produção de ovos, com um aumento de 10,1%, e de aves, que registrou um incremento de 20,1%.

Mesmo com o crescimento do PIB estadual, a crise repercutiu na produção de manga e uva no Vale do São Francisco. A primeira registrou um aumento de 0,2% e a segunda uma retração de 2,7%. “Omercado norte-americano deu uma retraída no consumo da manga”, diz Guimarães.

Segundo o economista do Condepe-Fidem, as medidas tomadas pelo governo federal também repercutiram positivamente no desempenho do PIB estadual, como a isenção do IPI para carros, material de construção e eletrodomésticos.

Os números do PIB de Pernambuco e do País divulgados ontem são estimativas. Os percentuais oficiais só serão divulgados num prazo de dois anos e ficam muito próximos aos que foram divulgados inicialmente.