Durante a cerimônia de lançamento do programa “Saneamento para Todos”, nesta quarta-feira (02/09), em Brasília, Eduardo Campos aproveitou a presença da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, para defender um modelo de divisão dos royalties da chamada Camada Pré-sal que não beneficie apenas os Estados de São Paulo, Espírito Santo e do próprio Rio de Janeiro.
Mesmo defendendo o cumprimento dos contratos já firmados, o governador de Pernambuco afirmou que o modelo de distribuição dos royalties não pode ser baseado no “velho debate regionalista”. Para ele, o momento é de colocar a “arte da política a serviço de um largo entendimento que seja bom para o País”.
Eduardo justificou que o impacto econômico das indústrias de equipamentos voltados para exportação já se dará de maneira concentrada no Sudeste. “Se os recursos dos royalties ficarem concentrados em menos de 200 municípios de apenas três estados, nós vamos estar reproduzindo a mesma concentração de riquezas que segue a história do País. Este jeito que está proposto é um absurdo, é inaceitável, pois não constroi uma naçao equilibrada”, disse.
O governador de Pernambuco vai liderar os colegas do Nordeste na elaboração de um projeto que defina a proposta de compartilhamento dos royalties. O assunto será o tema da próxima reunião dos governadores marcada para o próximo mês de setembro, em Fortaleza.
“Nós não queremos quebrar pactos federativos, mas não aceitaremos ficar excluídos deste grande bem que a natureza deu ao Brasil e que não deve pertencer apenas ao povo do Rio de Janeiro, ao povo de São Paulo ou do Espírito Santo e sim, à nação brasileira. Aos que moram no Norte, nas florestas da Amazônia, no semiárido brasileiro e em todas as outras áreas”, afirmou.
Falando diretamente ao colega carioca, Eduardo disse ainda que os governadores brasileiros saberão construir, com posições transparentes, muito respeito e com a ajuda do Congresso Nacional, uma solução que seja boa para todos os 27 Estados.
“Acho que você (Sérgio), tem essa capacidade política: de nos ouvir com indignação enquanto querem nos destruir. Nós somos de luta, mas também somos de entendimento. Vamos à luta e proponho que possamos nos entender no Congresso nacional. Mas, até lá, é luta, camarada!”, bradou.
PRAZO – As críticas feitas pela oposição ao regime de urgência, pedido pelo governo para apreciação dos quatro projetos de Lei enviados ao Congresso, relativos ao Pré-sal, foram classificadas por Eduardo como “normais”.
“Se ano que vem o debate sobre quem vai governar o Brasil nos próximos quatro anos será feito em meia hora durante 45 dias de propaganda eleitoral, porque os deputados e senadores que hoje estão discutindo tanta coisa com menos importância não podem definir as regras do Pré-Sal em 40 dias de debates ininterruptos?”, questionou.
Eduardo: “Divisão de royalties do Pré-sal não seguirá velho debate regionalista”
13/07/2011