Localização geográfica é vantagem estadual

Quase que semanalmente o "boom" pernambucano é constatado com o anúncio de uma nova empresa chegando no Estado. Além da localização geográfica, do Porto de Suape e do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) chamarem a atenção dos investidores, os benefícios fiscais são fundamentais. Só no mês passado foram abertas concessões para quase 30 empresas, que poderão gerar mais de dois mil empregos, segundo dados do Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (Prodepe). O destaque ficou por conta da indústria alimentícia Kraft Foods, um investimento de R$ 197 milhões.


"Nós sofremos alguma concorrência com os estados da Paraíba e Alagoas, mas não nos preocupa. Nossa infraestrutura é favorável e permite que a produção seja aproveitada aqui", afirmou o diretor de Negócios do Prodepe, Aymar Soriano. Para ele, a oferta de benefícios é de extrema importância para o desenvolvimento pernambucano, que somada a outros fatores citados colocam o Estado na frente da disputa por fábricas de grande porte. "Não é desembolsado nada para atrair os investidores. A gente não perde o que não tem. Sem falar no que é gerado de maneira indireta, como os empregos e o desembarque de outras empresas", pontuou.


O tributo só pode ser criado em cima da geração de riquezas. Por isso, se o Estado quer aumentar a arrecadação, precisa atrair investimentos. E nesse sentido, além de Pernambuco, destacam-se a Bahia e o Ceará. O professor de Direito Tributário das faculdades Maurício de Nassau e Universo, Luiz Edmundo Borba, ressaltou que é preciso refletir sobre a isenção na cobrança de impostos.


"O problema é que todo mundo vai baixando o tributo e se chega em um limite impraticável. Os estados fortes conseguem fazer isso, mas onde a arrecadação é menor fica complicado", expôs. Os incentivos do Prodepe para as atividades industriais podem chegar à redução de 95% do ICMS, dependendo do nível de Interiorização do investimento.

Da redação - Folha de Pernambuco