Uvas de mesa e mangas são as primeiras do País a receber Indicação Geográfica
O Vale do São Francisco acaba de entrar para um seleto grupo de regiões do Brasil que possuem produtos certificados com uma Indicação Geográfica (IG), do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). A conquista, anunciada no último dia 9, vai para as uvas de mesa e as mangas in natura produzidas nas áreas irrigadas do Submédio São Francisco, tanto em Pernambuco quanto na Bahia.
Trata-se de uma IG do tipo Indicação de Procedência (IP), definida como o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território que tenha se tornado conhecido pela produção, extração ou fabricação de um determinado produto. É uma certificação que agrega valor ao produto por atestar a sua origem e, por conseguinte, qualidade. A propriedade da Indicação de Procedência Vale do Submédio São Francisco pertence ao Conselho da União das Associações e Cooperativas dos Produtores de Uvas de Mesa e Mangas do Vale do Submédio São Francisco (Univale), entidade que reúne 12 associações e cooperativas e representa quase 90% dos produtores da região.
“O Vale do São Francisco alcançou a maturidade em seu compromisso com o consumidor e com o mercado”, analisa o presidente da Univale, José Gualberto de Freitas Almeida. Segundo ele, os produtores da região estão entrando numa nova fase, em que o comprometimento com a fruticultura de qualidade deverá ser ainda maior. “O grande protagonista é o produtor, que terá que manter a qualidade, mas também terá a possibilidade de aumentar seus ganhos, já que os produtos terão maior valor agregado”, diz Almeida, que também é presidente da Valexport.
IDENTIDADE A IP criará uma identidade própria para as uvas de mesa e as mangas do Vale no mercado, especialmente no competitivo ambiente do comércio internacional. Para receber o selo, as frutas terão que preencher determinados requisitos de tamanho e coloração, por exemplo, bem como obedecer a técnicas de cultivo, como o manejo ambientalmente correto, entre outros aspectos estipulados pela Univale. Por meio da certificação, a cadeia produtiva poderá combater a concorrência com produtos similares de menor qualidade e o uso indevido do nome da região em frutas que não são produzidas aqui.
“A Indicação Geográfica viabiliza a organização da produção de forma sustentável, buscando o lucro de um território como um todo, porque estrutura o arranjo produtivo”, observa Maria Regina de Santana Sento-Sé, gestora do Arranjo Produtivo Local (APL) de Fruticultura Irrigada no Sebrae-Unidade Sertão do São Francisco, em Petrolina. Ela ressalta que a IP é uma ferramenta que informa o consumidor e promove a confiança no produto. “É também uma forma de proteção ao produto do Vale do São Francisco”.
Frutas do Vale conquistam certificação
14/07/2011