Recuperação do setor no país

A consolidação do EAS marca a recuperação da indústria naval brasileira em escala global e competitiva, após mais de duas décadas de estagnação. E o horizonte parece bem promissor. Entre licitadas, contratadas e em licitação, são 137 embarcações, fora outras 198 anunciadas pela Petrobras, especialmente para atender à demanda de exploração de petróleo na camada pré-sal.


"Apresentamos o segundo melhor preço para as FPSO da Petrobras. Aguardamos o desenrolar das negociações", diz Angelo Bellelis. A FPSO é um navio-plataforma. Apenas os oito cascos ora encomendados têm preço estimado em US$ 7 bilhões, conta que sobe para US$ 15 bilhões considerando-se o sistema completo de produção. A licitação de 28 sondas deve ser lançada no mercado a qualquer momento, aquecendo ainda mais o setor naval e offshore.


O estaleiro pernambucano, entretanto, não mira apenas o Brasil. Por sua localização privilegiada, no centro de um triângulo entre as principais regiões produtoras de petróleo e gás natural (pré-sal brasileiro, Golfodo México e costa ocidental africana), o EAS conecta-se com mais de 160 portos em todos os continentes.


Nesse sentido, a parceria tecnológica com a Samsung Heavy Industries é mais do que estratégica. A sulcoreana transfere seu know how ao estaleiro pernambucano através de acordos de assistência técnica para a planta industrial, engenharia e projeto das embarcações, suprimentos e treinamento. Seu estaleiro, na Coreia do Sul, conta com quatro diques secos, gera dez mil empregos e tem capacidade de processar 600 mil toneladas de aço/ano. É praticamente um navio por semana.

Da redação - Diario de Pernambuco