Os primeiros equipamentos para a operação da Refinaria Abreu e Lima vão ser descarregados a partir de hoje, às 14h, no Complexo de Suape. O navio, que transportou os oito dessalgadores, saiu do Porto de Houston (EUA) no dia 14 de setembro e atracou ontem à noite no porto. As máquinas vão fazer parte da Unidade de Destilação Atmosférica e são usados para fazer a “lavagem” do petróleo. Os dessalgadores serão armazenados no terreno da refinaria e instalados em 2010.
O gerente de suprimentos da engenharia da refinaria, Fernando Viegas, diz que a entrega dos equipamentos marca o início de uma nova fase do empreendimento. Até agora, os equipamentos que chegaram foram para as operações periféricas, como a casa de força.
Cada peça pesa 119 toneladas e tem dimensões de quatro metros de diâmetro por 32 metros de comprimento. Os dessalgadores têm como função retirar as impurezas do petróleo, sob condições controladas, dissolvendo sais, diluindo a água residual que vem das unidades de produção e removendo parte das impurezas insolúveis em água.
O diretor de Operação Portuária do Complexo de Suape, Jorge Dias, diz que apesar de ser uma operação pequena, a chegada dos equipamentos é uma movimentação importante para o complexo. “Isso sem falar que se trata de um marco, com a chegada do primeiro equipamento para a unidade de refino”, observa.
PDVSA
Ainda não foi desta vez que a Petrobras e a Petróleos de Venezuela (PDVSA) assinaram contrato de sociedade na Refinaria Abreu e Lima. A expectativa era que os presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez sacramentassem o negócio durante a 2ª Cúpula entre Países Africanos e Sul-americanos, que acontece na Ilha Margarita, na Venezuela. Agora, a expectativa é que a assinatura ocorra no dia 17 de outubro, em um novo encontro bilateral entre os dois países.
Questionada pela reportagem do JC, até o final desta edição a Petrobras não se posicionou sobre os motivos que levaram a mais um adiamento da assinatura entre as duas estatais de petróleo. Informações extra-oficiais dão conta de que o acordo não saiu porque os dois países ainda estariam discutindo os custos totais do empreendimento. Nem a Petrobras chegou a um valor.
A refinaria estava orçada em US$ 4 bilhões, mas a estatal já sinalizou que o valor pode passar para US$ 12,29 bilhões. A entrada da PDVSA também vai aumentar os custos em US$ 400 milhões, em função da necessidade de instalação de uma unidade de recuperação de enxofre.
Máquinas da refinaria vão ser descarregadas
12/07/2011