Economia da Comunhão ou EdC. Este novo conceito, originado no Brasil há 20 anos, porém ainda pouco debatido, foi tema central do Seminário Novas Relações Econômicas a partir da perspectiva da Comunhão, na última sexta, 12/07. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Banco do Nordeste e a Universidade de Pernambuco (UPE), que sediou o evento, apoiaram a iniciativa, que busca disseminar o conceito da EdC pelo país.
Na programação, o economista italiano Luiggino Bruni, professor da Universidade de Biccoca (em Milão) e do Instituto Sophia (em Loppiano), apresentou os principais conceitos da EdC e esclareceu dúvidas dos participantes. Segundo ele, a economia da comunhão é um modelo de mercado pós capitalismo, pois recria as formas de mercado deste sistema, que é focado nos lucros e não nas pessoas. “A comunhão pode ser o dom perfeito que muda o capitalismo”, comentou o economista.
A EdC surgiu através de uma inquietação da fundadora do movimento italiano Focolares, Chiara Lubich, após uma visita a cidade de São Paulo. O Focolares tem inspiração cristã e possui mais de quatro milhões de adeptos no mundo. A ideia é difundir a fraternidade e o senso comunitário. Como extensão destes princípios, Chiara lançou uma proposta: as empresas, ao invés de reter os lucros para uma minoria, deveriam agora partilhá-lo, investindo nas relações interpessoais. Para Luiggino Bruni, o Brasil foi pioneiro na implantação de empresas da economia da comunhão, porque tem um caráter social enraizado na cultura do seu povo. “Fora daqui, o Brasil é muito conhecido pelos trabalhos sociais”.
Marcos Gurgel, empresário do ramo de panificação, implantou em sua padaria, em Igarassu, com os conceitos da economia da comunhão. Sua empresa é uma entre várias já instaladas nos três polos industriais da EdC no Brasil, localizados nos municípios de Igarassu, São Paulo e Belém. “Os empresários podem mudar o mundo com o desenvolvimento dos talentos.É um privilégio fazer parte deste novo formato da economia”, disse o empresário.