O saldo de novos empregos gerados no mês de setembro é de 252.617 vagas em todo o País. O setor industrial responde por 123.318 postos de trabalho
BRASÍLIA e RECIFE – A recuperação da indústria reforçou a criação de postos de trabalho formais no País em setembro. No oitavo mês consecutivo de saldo positivo no emprego com carteira assinada, foram geradas 252.617 vagas, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O resultado foi o mais expressivo do ano e o segundo melhor para o período na série histórica, iniciada em 1992. O crescimento do mercado formal foi de 0,77%, em decorrência do 1,491 milhão de admissões no mês, enquanto os desligamentos ficaram em 1,238 milhão. “Agora nem o mais pessimista pode falar que o resultado não é positivo”, afirmou o ministro Carlos Lupi (Trabalho).
Nos últimos 12 meses, incluindo o período mais agudo da crise, o saldo de contratações chega a 298.285. Desde janeiro, foram criadas 932.651 novas vagas de trabalho. Embora tradicionalmente o último trimestre apresente um ritmo menor de geração de postos de trabalho, inclusive com queda em dezembro, Lupi estima que a recuperação da indústria deva segurar o desempenho pelo menos em outubro. “O resultado do próximo mês pode surpreender. Acredito que vamos criar 1,1 milhão empregos em 2009.”
Quase metade das novas vagas foram criadas nas fábricas, ramo da economia que mais cortou mão de obra na crise, com destaque para as cadeias produtivas de alimentos, têxteis, calçados e metalurgia.
A contratação líquida de 123.318 pessoas pelas indústrias no mês – recorde na série histórica – deixou positivo pela primeira vez o acumulado do setor em 2009. Desde janeiro, o setor incorporou 62.759 postos. “O avanço do emprego industrial ocorre num momento no qual os empresários normalmente contratam para formar os estoques de fim do ano. Além disso, vários segmentos aproveitam para preencher vagas cortadas na crise”, afirmou Fábio Romão, economista da LCA Consultores.
Em Pernambuco, de acordo com o Caged, foram criados em setembro 25.045 empregos formais, equivalentes a uma expansão de 2,60% em relação ao total de assalariados com carteira assinada do mês anterior. Foi o segundo melhor desempenho do Nordeste, sendo menor somente que o ocorrido em Alagoas, onde foram criadas 35.566 novas vagas. O crescimento se deve principalmente ao desempenho da indústria, onde foram gerados 18.424 postos.
Os fatores sazonais, como a safra da cana-de-açúcar, foram apontados como os geradores de empregos. Construção civil (com mais 2.465 vagas), agropecuária (outras 2.355), comércio (2.147) e serviços (1.575) também ajudaram no índice. Segundo o Caged, nos nove primeiros meses deste ano foram criadas 24.448 vagas, num índice de 2,54% de crescimento, sendo que em 12 meses os números estão em 23.787 e 2,47% respectivamente.
Da redação - Jornal do Commercio