Refinaria entra em nova fase

Aimplantação da Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Industrial Portuário de Suape, vai entrar em sua segunda fase, a de construção e montagem.

A Petrobras deverá iniciar nos próximos 15 dias a construção do primeiro prédio do empreendimento - a casa de força, uma grande central termelétrica com capacidade de gerar 200 MW para atender à demanda da própria refinaria.

O contrato é de R$ 900 milhões e deve gerar entre mil e 1,5 mil empregos.

"É mais uma obra de porte que vai ajudar na geração de empregos em Pernambuco em 2009. (O investimento) é mais do que o dobro do valor que está sendo investido na terraplenagem (R$ 400 milhões)", disse ontem o governador Eduardo Campos, ao anunciar a construção de mais uma fábrica da Unilever no estado.

Campos esteve na terça-feira à noite no Rio de Janeiro com o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para tratar do cronograma da refinaria.

A Petrobras está licitando equipamentos eos contratos de construção e montagem desde junho deste ano. Segundo o diretor-presidente da Refinaria Abreu e Lima, Marcelino Guedes Gomes, os 11 pacotes de EPC, incluindo o de construção da casa de força, devem ser assinados até o fim do ano.

Por ser uma informação sigilosa, Gomes preferiu não revelar o nome da empresa que venceu a concorrência para construir a termelétrica. Já a terraplenagem está sendo executada desde setembro de 2007 pelo consórcio formado pela Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e Galvão Engenharia. Esta obra só será concluída em setembro.

A termelétrica da refinaria vai gerar energia elétrica a partir do coque de petróleo e óleo combustível, subprodutos do processo de refino. Para se ter uma idéia do porte da usina, basta dizer que a TermoPE, termelétrica do grupo Neoenergia instalada em Suape, tem capacidade para gerar 520 MW.

A capacidade de 200 MW é suficiente para abastecer todos os municípios do Sertão de Pernambuco, ou 60% da Região Metropolitana do Recife.

A Refinaria Abreu e Lima por enquanto está orçada em US$ 4,05 bilhões, valor que deverá ser revisto para cima no novo planejamento a ser divulgado pela Petrobras. A planta terá capacidade para processar 200 mil barris diários de petróleo pesado, metade da Faixa do Orinoco, na Venezuela, e metade da Bacia de Campos (RJ).

O processamento do petróleo do Orinoco depende ainda do fechamento de uma parceria com a estatal venezuelana PDVSA, que teria uma participação de 40% na sociedade.

As negociações ainda estão em andamento.

A previsão é a de que a unidade comece a operar parcialmente em agosto de 2010 e em plena capacidade a partir de 2011. Seu principal produto será o diesel, para abastecer os mercados do Norte e Nordeste.

No pico das obras, em setembro do ano que vem, o empreendimento estará mobilizando até 25 mil profissionais.