O Governo do Estado promoveu audiência pública sobre licitação da dragagem de aprofundamento e derrocamento do Porto de Suape. O procedimento foi realizado no centro administrativo do Complexo Industrial Portuário em Ipojuca. A maior obra de derrocamento prevista no Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, do Governo Federal, vai tornar o porto capaz de operar petroleiros de até 170 mil toneladas para o abastecimento da refinaria Abreu e Lima.
Com o objetivo de propiciar a toda a comunidade o encaminhamento de seus pleitos, opiniões e sugestões sobre a vultosa dragagem, a audiência identificou os aspectos relevantes desta nova ação governamental. O valor máximo para a execução dos serviços é de R$ 240 milhões. A esta ação deverá ser acrescido o reforço dos cabeços (colunas de ferro) dos arrecifes em mais cinco metros de comprimento, o que significará um investimento de mais R$ 100 milhões.
“As obras de dragagem se justificam, pois os portos brasileiros vivem um momento ímpar, com claro e favorável cenário para sua efetiva modernização e eficiência. No caso de Pernambuco, a refinaria Abreu e Lima está estrategicamente sendo instalada no Porto de Suape e sua viabilização requer que a bacia de evolução e o canal de acesso do futuro píer petroleiro sejam aprofundados dos atuais 15 metros para 19 metros”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho.
Desta forma, Suape se adequará aos navios-tanque tipo suexmax de 170 mil toneladas e 275 metros de comprimento, que servirão para suprimento de matéria-prima à linha de produção da refinaria. Também está sendo instalado o Estaleiro Atlântico Sul, que requer, para seu funcionamento, que seja realizada dragagem do acesso à ilha de Tatuoca.
De acordo com Ricardo Padilha, diretor de Engenharia e Meio Ambiente de Suape, “o projeto vem atender a uma necessidade concreta, no caso a viabilização da instalação da refinaria, com a acostagem dos petroleiros que trarão combustível para o seu funcionamento”.
O edital para o início das obras será lançado em dezembro e, em virtude do derrocamento que torna o processo mais lento e dispendioso, o prazo máximo para a realização dos trabalhos será de 12 meses. Serão mais de 322 mil metros cúbicos de rochas retiradas do canal de acesso ao Porto. Segundo Jorge Luiz Zuma Maia, coordenador da audiência “um volume desses nunca foi derrocado no Brasil”.
Estas obras se referem apenas ao aprofundamento do canal de acesso, no porto externo, mas, de acordo com Zuma Maia, futuramente o porto interno também será aprofundado: “Estamos vencendo os desafios para que os portos venham a ter as condições adequadas, o que há muito tempo não vinha sendo feito. Temos que agir de forma planejada a fim de a colocá-los em sua condição operacional plena”.
População é ouvida sobre maior obra de derrocamento do País
19/07/2011