Pernambuco sobe 7,2%

Os impactos da crise econômica internacional não vão aparecer nos resultado do Produto Interno Bruto pernambucano, pelo menos este ano. O desempenho do terceiro trimestre, divulgado ontem pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas (Condepe-Fidem), aponta para um crescimento de 7,2% para o PIB do Estado e a previsão para o fechamento do ano é de uma taxa de 7%. O resultado do 3º trimestre ficou acima da média nacional (6,8%) e foi o melhor dos últimos cinco anos, desde que a economia pernambucana voltou a apresentar variação positiva, após uma queda de 0,6% em 2003.

Os setores de construção civil e comércio foram os grandes responsáveis pela boa performance do Estado entre janeiro e setembro deste ano. “Tanto o setor imobiliário quanto a construção pesada tiveram forte influência sobre o PIB. Os grandes empreendimentos em implantação em Suape puxaram o desempenho na construção pesada”, observa o diretor de Estudos e Pesquisas do Condepe-Fidem, Maurílio Lima. Pernambuco acompanhou a tendência nacional do setor, que teve taxa de 11,7%, mas ainda cresceu acima da média do Brasil (16,7%). A terraplenagem da Refinaria Abreu e Lima e a construção da planta naval do Estaleiro Atlântico Sul são dois exemplos de grandes obras da construção pesada.

Já a indústria de transformação de Pernambuco teve crescimento menor que a brasileira, com taxas de 5,9% e 4,8%, respectivamente. Os segmentos que tiveram maior destaque foram produção de álcool (62,1%), têxtil (12,6%), metalurgia básica (11,1%), borracha e plástico (9,6%) e alimentos e bebidas (6%).

O setor de serviços também teve incremento acima da taxa nacional, com destaque para os segmentos de comércio, além de transporte, armazenagem e correios. O comércio teve alta de 7,3% no terceiro trimestre do ano. Este ano, o varejo continuou crescendo em Pernambuco, com a abertura de novas unidades de supermercado, a exemplo do Sam’s Club e do Carrefour, que abre as portas em Boa Viagem ainda esta semana.

Apesar de ter apresentado taxa de crescimento menor que os setores de indústria e serviços, a agropecuária teve taxa positiva de 5,6% no terceiro trimestre deste ano. “A uva, considerada uma das principais culturas permanentes do Estado, registrou queda de 2,4%, mas essa redução não está relacionada com a crise mundial, e sim com problemas de preços que já vinham sendo enfrentados pela atividade”, explica Lima. Na pecuária, os destaques do terceiro trimestre ficaram com a produção de leite, com taxa de crescimento de 19,1%, seguida pela avicultura (15%) e bovinocultura de corte (9,2%).

Previsões

O diretor da Agência Condepe-Fidem prefere não fazer projeções para o resultado do PIB pernambucano em 2009. “Não dá para fazer futurologia e inventar números, mas a tendência é que o Estado continue crescendo, em função dos grandes empreendimentos que já estão em fase de implantação e não vão parar”, acredita. No mês passado, a Datamétrica Consultoria apresentou o estudo Cenário Econômico dos Estados do Nordeste, onde aponta para a redução no ritmo de crescimento do PIB para o próximo ano. Antes do agravamento da crise, a expectativa para 2009 era de uma expansão de 5%. Com a mudança de cenário, o levantamento prevê expansão de 3,81% para o PIB do Nordeste de 4,20% para Pernambuco.