Suape prepara sua internacionalização

Logística privilegiada, destinação de 300 hectares para abrigar empresas de petróleo e indústria naval, incentivos fiscais e empreendimentos âncoras se instalando. Esses são alguns possíveis trunfos do Porto de Suape na sua tentativa de internacionalização como pólo provedor de serviços e bens de capital, como prevê o Suape Global, projeto apresentado ontem, no auditório do JCPM Trade Center.

A visão é de internacionalização, captar indústrias de classe mundial e fornecer para mercados petrolíferos do próprio pré-sal brasileiro, a Venezuela, Golfo do México e costa africana. "Suape está em linha reta com países produtores como Angola e Nigéria", comentou Florival Carvalho, superintendente da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Para tanto, um grupo da UFPE, com outras instituições, elaboraram um documento e uma proposta de trabalho. A referência internacional buscada foi dos pólos de Houston, no Texas (EUA), Calgary, em Alberta (Canadá) e os países de Singapura e Noruega, este último que tem metade do PIB ligado à indústria de petróleo.

Para ser bem sucedido, não bastará Suape ser visto como uma boa alternativa para empresas brasileiras. Mas sim, uma boa alternativa para as maiores empresas petrolíferas mundiais, o que demandará rodadas de apresentação e negócio por todo o mundo desenvolvido. "Essa nova indústria tem o olhar global. Queremos consolidar Pernambuco como melhor local para estar na cadeia petroquímica", destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho. Ele lembrou que, com o pré-sal, há um horizonte de negócios de US$ 300 bilhões em investimentos, diluídos em vários anos.

Já está sendo agendada a participação de representantes de Suape em road shows no Brasil e em países considerados como referência. A primeira iniciativa será na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em São Paulo, no mês de fevereiro. Depois será a vez de ganhar o mundo. "Temos que nos internacionalizar mais, atrair mais visitantes e estar presentes nas feiras mundiais", disse Coelho. A cônsul do Canadá no Brasil, Abina Dann, destacou a possibilidade de empresas canadenses investirem aqui. "Os contatos já foram iniciados. Nós vamos promover e divulgar o projeto Suape Global", prometeu a diplomata. O cônsul americano no Recife, Christopher del Corso, também afirmou que o país dele colocou ênfase em projetos de infra-estrutura no Nordeste e que está à disposição para facilitar contato entre empresas americanas e de Pernambuco.

O projeto Suape Global foi feito com vários parceiros, com destaque para a UFPE e Petrobras. "O foco será em cima dos parapetroleiros, as indústrias associadas de bens e serviços", explicou o reitor da UFPE, Amaro Lins. Os esforços serão concentrados tanto na existência de mão-de-obra básica quanto com ensino superior.