Porto sem papel quer eliminar burocracia

Ao visitar o complexo industrial portuário, na última segunda-feira, o secretário adjunto José di Bella Filho discutiu com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, a possibilidade de incluir o porto pernambucano no projeto Porto sem Papel.

A novidade foi implantada pioneiramente em 2008 no Porto de Santos (SP), com a expectativa de otimizar em 60% as operações portuárias.

O diretor de Novos Negócios de Suape, Sidnei Aires, adianta que os detalhes da implantação do projeto Porto sem Papel em Suape, incluindo custos do convênio e o cronograma de implantação, serão discutidos ainda este mês, numa reunião em Brasília.

"Di Bella levou nossa demanda para o ministro (Pedro Brito). Suape hoje é uma vitrine mundial e é importante estarmos sintonizados com o que há de mais moderno em gestão portuária", diz Aires.

Segundo ele, sistemas semelhantes já funcionam em alguns portos internacionais, entre eles o de Barcelona.

O Porto sem Papel tem como objetivo agilizar toda a tramitação burocrática das operações portuárias, indo desde a autorização para a entrada do navio, dada pela autoridade portuária, passando pelo desembaraço aduaneiro junto à Alfândega, até transações com agenciadores e transportadores.

Tudo em tempo real, pela internet, enquanto que hoje tudo é feito através de formulário que passam de mão em mão.

"Não tenho dúvida de que isso trará redução de tempo e custo para as embarcações", acrescenta Aires.

Um estudo do Banco Mundial de 2007, que comparou a logística e os custos portuários de 150 países, classificou o Brasil na 61ª posição do ranking. O Porto sem Papel, que vai chegar a todos os portos brasileiros nos próximos anos, pode mudar esse cenário.

De acordo com a Secretaria Especial de Portos, o Porto sem Papel pode reduzir em média 25% o tempo de estadia dos navios no porto, reduzindo custos operacionais e aumentando a eficiência e a competitividade dos terminais.