As obras de dragagem do Porto do Recife vão começar em 15 de fevereiro.
A data foi divulgada ontem pelo ministro Pedro Brito, da Secretaria Especial de Portos.
Orçadas em R$ 25 milhões, as obras devem durar até maio, quando o calado (profundidade) do porto será de 11,5 metros. O contrato com a Somar, empresa que fará a dragagem, será assinado até esta sexta-feira.
Pedro Brito prometeu também para o dia 15 o lançamento do edital de dragagem para aumentar o calado de Suape, de 16,5 para 20 metros.
A dragagem tornará Suape o porto mais profundo do Brasil, posição dividida hoje entre Itaqui, no Maranhão, e Pecém, no Ceará - cada um com 17 metros de calado.
O custo total para a dragagem, a derrocagem e a instalação dos cabeços de atracação em Suape será de cerca de R$ 240 milhões.
"É possível que a gente consiga um preço menor do que o esperado, pois a mudança que fizemos na legislação permite uma concorrência maior entre as empresas", destacou o ministro.
Como exemplo, Pedro Brito citou o porto de Itajaí, em Santa Catarina, parcialmente destruído pelas chuvas, e que está sendo recuperado por uma empresa chinesa ao custo de R$ 17 milhões, enquanto a segunda colocada orçou a mesma obra em R$ 28 milhões.
O ministro também adiantou que pretende lançar até 30 de março os editais para a dragagem de outros 16 portos, num total de R$ 1,5 bilhão em investimentos, dos R$ 2,7 bilhões reservados pelo PAC dos Portos.
O restante dos recursos será usado para a melhoria da infraestrutura portuária.
Pedro Brito considera que a crise financeira internacional, até certo ponto, pode ser considerada positiva para o Brasil, no que se refere à liberação das dragas.
"Muitos projetos na Ásia foram paralisados, o que fez com que esses equipamentos fossem liberados. Isso favoreceu o programa de dragagem brasileiro, que poderia ser prejudicado pela espera por esses equipamentos", explicou.
Um dos setores que mais deve se beneficiar com a dragagem do Porto do Recife é osucroalcooleiro.
"O aumento do calado nos torna mais competitivos, na medida em que poderemos receber navios com outras cargas. Hoje só recebemos navios vazios, o que é uma limitação grande", detalha o presidente do Sindaçúcar, Renato Cunha.
Ele espera que a obra avance rápido. O sindicato prevê exportar 850 mil toneladas de açúcar na safra 2009/2010, sendo 650 mil embarcadas no Porto do Recife.
Ministro diz que dragagem começa em 15 de fevereiro
18/07/2011