Quando o assunto é crise econômica mundial, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, diz que aprendeu uma lição, que copiou, durante encontro com a diretoria do Wal Mart, no início de dezembro passado, quando ouviu a frase Eu decidi não participar desta crise. A afirmativa é de autoria de Sam Welton, proprietário do Grupo Wal Mart, e foi pronunciada pelo empresário durante a crise econômica instalada nos EUA, na década de 80.
O secretário de Desenvolvimento explica que não desconhece a crise mundial que já é responsável, até agora, por um déficit de mais de U$ 4 trilhões nas ações comercializadas em diversas bolsas do mundo e que já apresentam repercussões profundas nas economias centrais, como é o caso dos EUA, Japão e Europa, mas é otimista e a afirma que o Nordeste do Brasil, e particularmente o Estado de Pernambuco, vencerá está crise precocemente.
Respaldado por números apresentado em diversas pesquisas, Fernando Bezerra Coelho afirma que o Brasil não terá um crescimento negativo no próximo ano e que o Nordeste crescerá bem mais do que o país, e que Pernambuco irá liderar o crescimento da Região, uma vez que os grandes investimentos em curso continuarão com os seus cronogramas mantidos.
"Acreditamos que a taxa de crescimento do PIB de Pernambuco, em 2009, deverá se situar na faixa de 5% a 6%, quase que o dobro da taxa de crescimento esperada para o país, que é de 3% a 3,5%", explica o secretário. "nós vamos ter um crescimento muito forte e consolidando todo esse movimento de animação econômica que a ação política do governo Eduardo Campos tem proporcionado para o nosso Estado", completa.
Pernambuco em crescimento acelerado
Com a tríade planejamento, fomento e implementação de políticas de crescimento econômico, previstas para o Estado, em linha com as diretrizes estabelecidas pelas estratégias do Governo Eduardo Campos, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, está consolidando grandes investimentos que acompanham o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal. Além de atrair novas cadeias produtivas que vão reestruturar a economia local - como é o caso das indústrias naval, de refino de petróleo e de petroquímica – o Estado também está firmando Parcerias Público-Privadas (PPPs) e se consolidando em setores tradicionais de sua matriz econômica, como os de hotelaria, siderurgia, termelétricas e setor têxtil.
As ações do Governo do Estado no sentido atrair novos investimentos estão tendo um papel importante no processo de implantação de projetos estruturadores em Pernambuco. Uma política de incentivos arrojada, aliada às condições de logística e de infra-estrutura privilegiadas que o Complexo industrial e Portuário de Suape oferece, estão contribuindo para que a economia pernambucana inicie um processo de crescimento sustentável sem precedentes em sua história.
Entre os empreendimentos que estão sendo implantados, encontram-se a Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras; o pólo petroquímico do grupo italiano Mossi & Guisolfi; o Estaleiro Atlântico Sul, dos grupos Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, a empresa PJMR e a sul-coreana Samsung Heavy Industries (SHI). Outros projetos de destaque são a Siderúrgica, que será implantada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Ferrovia Transnordestina, empreendimento do Governo Federal.
Esses projetos vão proporcionar a Pernambuco um ciclo desenvolvimentista duradouro ao longo dos anos. Mas o impacto do início da implantação dos primeiros empreendimentos já pode ser constatado. A pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em setembro passado, mostra que o Produto Interno Bruto de Pernambuco – PIB cresceu nada menos do que 7,1% no primeiro semestre de 2008, em comparação com o mesmo período do ano passado. O índice ficou acima da variação do PIB nacional, que cresceu 6%.
A tendência, segundo as estimativas, é que o crescimento da economia do Estado continue em ritmo acelerado, uma vez que os investimentos citados ainda estão no início. Além disso, os pólos econômicos, que estão se formando a partir da implantação dos empreendimentos estruturadores, irão, não só atrair inúmeras empresas de outros estados, mas também criar oportunidades ilimitadas para os empresários pernambucanos ampliarem os seus negócios.
Os projetos
No estaleiro, estão sendo investidos cerca de R$ 1,2 bilhão em sua implantação no Complexo Industrial e Portuário de Suape. O projeto está dimensionado inicialmente para produzir, em linha e simultaneamente, dois navios de 170 mil toneladas e uma plataforma submersível. Poderá processar até 150 mil toneladas de aço por ano e tem como previsão de faturamento anual cerca de R$ 1 bilhão.
O projeto da Refinaria Abreu e Lima receberá aporte da ordem de R$ 8,3 bilhões e terá capacidade de refino de 200 mil barris/dia de óleo pesado do Brasil e da Venezuela, que atualmente tem seu processamento no exterior para retorno ao País. Isso proporcionará grande economia de divisas. Há, ainda, a perspectiva de se constituir no embrião de um pólo petroquímico, criando as chamadas indústrias de 2ª geração.
O Pólo de Poliéster terá investimentos da ordem de R$ 3,39 bilhões e compreenderá a implantação de quatro unidades produtivas, sendo uma fábrica de resina PET, uma fábrica de PTA, uma fábrica de fios de poliéster e uma unidade de paraxileno. Essas plantas produzirão, em conjunto, duas milhões de toneladas de seus principais produtos e mais cerca de 500 mil toneladas de subprodutos. Além de englobar quatro importantes elos da cadeia produtiva do poliéster, o pólo poderá, eventualmente, se interligar à refinaria de petróleo, por meio da utilização da nafta como matéria-prima. A concretização dessa possibilidade adensará ainda mais a cadeia produtiva, agregando maior va-lor internamente e gerando mais emprego e renda. A previsão de faturamento, somente da fábrica PET, é de R$ 1 bilhão por ano.
A siderúrgica da CSN, em sua primeira fase, receberá investimentos R$ 2,8 bilhões para produzir 500 mil toneladas anuais de vergalhão e fio-máquina. O projeto poderá ser ampliado, com o investimento total chagando a R$ 9,6 bilhões. As obras devem começar em um ano, e a primeira etapa da siderúrgica será concluída entre três e quatro anos. No pico da construção, as obras empregarão 1.150 pessoas.
A Transnordestina, com investimentos de cerca de R$ 4,5 bilhões, cortará o Nordeste pelo interior, ligando o sul do Piauí aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE), além de unir três pontos do sistema ferroviário da região: Missão Velha, no Ceará, e as cidades de Salgueiro e Petrolina, ambas em Pernambuco.
Além desses grandes projetos, a Sdec também apóia e monitora os Arranjos Produtivos Locais já existentes, entre eles os pólos de Confecção (Agreste), Gesseiro (Araripe) e vinhos e frutas (Vale do São Francisco), e em juntamente com sua equipe de gestores e funcionários, a Sdec está apta e ávida por explorar e descobrir novas vocações das regiões, que ainda não contam com esse formato de negócios.
Pernambuco está despertando o interesse e trazendo grandes e novos negócios do Brasil e do Mundo.
Pernambuco fora da crise mundial
18/07/2011