Betânia espera ganhar mercado no Estado

A cearense Companhia Brasileira de Laticínios (CBL) – dona da marca Betânia – é uma das empresas interessadas em ocupar o espaço deixado pela Parmalat ao encerrar as atividades de uma unidade no Nordeste. A gigante pode perder espaço na região e acirrar a disputa, principalmente, em Pernambuco, onde estão se instalando a Perdigão/Batavo e a Cemil. Diante do novo cenário, a Betânia vai acelerar os planos de se instalar no Estado. A ideia é investir R$ 25 milhões na implantação de uma unidade em Garanhuns com capacidade para processar 100 mil litros de leite por dia.

O presidente da Betânia, Bruno Girão, diz que a empresa cobiça pelo menos 30% do consumo que pertencia à Parmalat. "Vai ser uma briga boa. Já esperávamos que a Parmalat fechasse em Garanhuns, mas acreditávamos que ela ainda ia se deteriorar por algum tempo. Com essa aquisição pela Bom Gosto, vamos correr com os planos em Pernambuco", diz. Hoje, a Betânia capta cerca de 50 mil litros de leite por dia na bacia pernambucana, contando com dois postos de captação (um em Garanhuns e outro na Pedra). Dentro de dois meses, a unidade da Pedra vai se transformar numa pequena fábrica para produção de leite pasteurizado.

O projeto da indústria em Garanhuns será dividido em três fases. A primeira, que vai consumir investimento de R$ 20 milhões, será para a produção de leite longa vida. Para 2010, os planos incluem a estreia da Betânia no mercado de leite condensado e, mais a longo prazo, uma linha de fabricação de leite em pó. A empresa já tem carta consulta aprovada no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que vai financiar 80% do empreendimento. A empresa vai gerar 150 empregos diretos e espera iniciar a produção assim que o governo de Pernambuco desatar o nó do terreno em Garanhuns.

Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD Diper), Jenner Guimarães, a entidade aguarda o aumento de recursos no orçamento para desapropriar a área, que fica próxima ao Distrito Industrial do município e pertencia a uma empresa chamada Cide. “Com a posse da área, conseguimos colocar a fábrica em operação num prazo de 6 a 7 meses”, calcula Girão.

Fundada em 1974, a Betânia tem participação em todo o mercado do Nordeste. Com fábrica no município cearense de Morada Nova (distante 180 km de Fortaleza), a companhia conta com 54 produtos em seu portfólio. A empresa também fabrica produtos para outras marcas, como a gigante Danone.