Natal com mais 139 mil empregos

Cálculo de contratações considera aumento de 7% nas vendas neste ano

Um batalhão de 139 mil pessoas será convocado para reforçar a linha de frente de vendas para o Natal. O número é 5% superior às vagas abertas no comércio nos últimos meses de 2008 e foi calculado considerando uma expansão de 7% nas vendas de fim de ano.

 

Do total dessas contratações, pelo menos 18 mil trabalhadores devem ser efetivados, projeta Roque Pellizzaro Junior, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). "Historicamente, 10% dos temporários permanecem nos postos. O ano passado foi uma exceção, o percentual chegou a quase zero e em 2009 deve ser de 12% a 13%".

 

"Este fim de ano será dos produtos que são importados"
Carlos Thadeu de Freitas, economista

 

O cenário otimista está ancorado no bom desenvolvimento do varejo nos últimos meses. "Se as vendas estão crescendo 5,8% mês a mês na comparação com o período pré-crise, que não tinha sido ruim, não há de se espantar que nossos números sejam maiores no Natal", ressalta Pellizzaro.

 

As contratações de temporários serão iniciadas em setembro, mas algumas empresas de recrutamento, como o Grupo Labor, de Brasília, já publicam anúncios em jornais para recrutar papais noéis. O aposentado Abílio da Cruz Pinto, de 65 anos, que trabalha há 17 anos fantasiado como o bom velhinho, está na expectativa de ser chamado. "Nunca faltou trabalho", comemora. "A vida toda atuei por conta própria, com serviço de obra, mas parava tudo para ser Papai Noel. Este ano me aposentei, mas não abro mão dessa atividade." No fim do ano, ele recebe R$ 2,7 mil por 45 dias de trabalho

 

O desempenho da economia e a melhora dos índices de confiança do consumidor são as principais alavancas do Natal da retomada. "O consumidor voltou às compras, o que faz com que possamos esperar um fim de ano bem melhor do que o de 2008", ressalta Pellizzaro.

 

A despeito desse otimismo, os números mostram que o país tem um longo caminho a percorrer para voltar ao ritmo de expansão do período pré-crise. Somente no quesito contratação de temporários, por exemplo, o número de vagas para este ano é 15% menor que as 163.450 disponíveisem 2007.

 

Vander Morales, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem), observa que, no auge da crise, a efetivação de temporários, que era de 30%, caiu para 10%. Os indicadores de julho mostram, porém, uma recuperação para 15%. "No fim do ano deve ser até maior por conta da recomposição do quadro de pessoal", pondera.