Estaleiro atrai coreanos

Consórcio formado pelo estaleiro coreano Sungdong, o 15º do mundo, e a empreiteira brasileira Galvão Engenharia mostra interesse por área em Suape. Governo diz que negocia com três grupos


O consórcio formado pelo estaleiro coreano Sungdong Construção Naval e a empreiteira brasileira Galvão Engenharia é um dos candidatos a concorrente e vizinho do Atlântico Sul, no Complexo de Suape. O governo do Estado afirma que está negociando com três grupos distintos, que estariam tentando associações com parceiros internacionais na Coréia do Sul, Estados Unidos e China para construir um estaleiro voltado para o atrativo filão de plataformas de petróleo. Andrade Gutierrez e Odebrecht também tem interesse no investimento. Até o final deste mês, o governo do Estado espera anunciar o nome do grupo.


Se por um lado o segundo estaleiro vai encorpar o pólo naval pernambucano, por outro aumenta as responsabilidades do governo do Estado de oferecer condições para receber dois empreendimentos de porte. Para o Estaleiro Atlântico Sul, a nova unidade de construção naval vai, no mínimo, preocupar. O grupo terá um concorrente na porta de casa, produzindo num nicho de maior valor agregado, disputando uma fatia no bolo (já escasso) de recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM) e, pior, oferecendo a ameaça de tentar “seduzir” a mão de obra que o EAS tem penado para formar.


Procurado pelo JC, um dos executivos da Galvão Engenharia em Pernambuco, Alexandre Biselli, disse que não saberia responder sobre a parceria com a Sungdong e repassou a demanda para a assessoria da construtora em São Paulo, que não respondeu à reportagem. De acordo com a consultoria britânica Clarkson Research Studies, em 2007 o Sungdong figurava em 15º lugar no ranking dos maiores estaleiros do mundo.


O secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, diz que as negociações começaram em dezembro de 2008. “Agora as tratativas estão avançadas. Os grupos interessados já conhecem Suape e têm em mãos as informações sobre o que o Estado pode oferecer”, diz. A estimativa é que o estaleiro ocupe uma área de 70 hectares em Tatuoca.