Expectativa da empresa de hemoderivados é lançar seis editais até o fim de setembro para que as obras sejam reiniciadas em janeiro do próximo ano
A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) prepara para o final de setembro o lançamento de seis editais para construção do seu complexo industrial no município de Goiana, Zona da Mata Norte do Estado. Na lista das novas concorrências públicas, está incluída a que se refere ao primeiro bloco (B01), cujas obras iniciadas em abril deste ano foram interrompidas por uma determinação judicial. Cerca de 10% da estrutura – orçada em R$ 30 milhões – havia sido concluída antes da paralisação. Foram feitas as fundações da construção, etapa que por já estar pronta ficará de fora do novo certame. O presidente da empresa, João Paulo Baccara, que esteve ontem no Recife, espera que até o final do ano as licitações sejam homologadas para que em janeiro de 2010 as obras recomecem.
Além do edital do bloco B01, serão lançadas o do B06, que se refere a uma das principais partes do projeto, o Laboratório de Controle de Qualidade, da sede administrativa, do bloco B18, onde funcionará a subestação elétrica, e toda a parte de reflorestamento e urbanização prevista no projeto. Somadas, essas concorrências podem chegar a responder por até R$ 250 milhões, metade do volume de investimentos previstos pela Hemobrás - R$ 500 milhões que serão empregados na construção de toda estrutura e aquisição de equipamentos-, segundo detalhou o diretor técnico da empresa, Luiz Amorim. O projeto prevê a construção de 17 blocos, sendo seis deles industriais.
As obras do bloco B01 foram suspensas depois que o consórcio PHY, derrotado no certame pelas empresas que formam o TEP-Squadro, conseguiu a anulação do processo licitatório na 6ª Vara Federal do Distrito Federal. A juíza Maria Cecília do Carmo Rocha considerou na época que houve “excesso de rigor formal na apreciação da documentação de habilitação” pela Hemobrás.
A fábrica da Hemobrás em Goiana irá fabricar seis tipos de hemoderivados: os fatores VIII e IX, o Complexo Protrombínico e o Fator de Von Willebrand (utilizados em pacientes hemofílicos), além de imunoglobulinas – substâncias que protegem pacientes com deficiências imunológicas, entre eles os portadores do vírus HIV – e a albumina. Quando começar a funcionar, permitirá ao Brasil deixar de importar essas substâncias.
Hemobrás prepara licitações
13/07/2011