Para um porto que espera por um processo de dragagem há 20 anos, cada minuto pode parecer uma eternidade. E é isso o que acontece atualmente em relação ao Porto do Recife. Depois de todos esses anos esperando uma operação capaz de remover a areia e os dejetos do fundo do mar, o que automaticamente ocasionará o aumento de novas cargas, a zona portuária da Capital foi contemplada através de uma ação do Programa Nacional de Dragagem (PND). Elaborado pela Secretaria Especial de Portos (SEP), a dragagem do referido porto está orçada em R$ 25 milhões. As obras foram iniciadas no último dia 17 de março e, em princípio, seriam finalizadas no dia 30 de junho. Como costuma acontecer em relação a estimativas, esse período foi prorrogado para julho, agosto e, agora, espera-se que neste mês de setembro haja um desfecho.
Em detrimento do atraso, o presidente do Porto, Alexandre Catão, conversou com a Folha na semana passada e ressaltou a importância da dragagem de 2,2 milhões de metros cúbicos, que viabilizará o novo terminal marítimo. No caso dos armazéns 7 e 9, a profundidade está passando de sete metros para 9,5 metros, constituindo um espaço para dois navios de cruzeiro. Inclusive, empresas grandes, como a MFC Cruzeiros, têm sido atraídas pelo empreendimento. Catão sempre lembra que Recife foi o primeiro a terminar o processo interno de remoção de detritos e a expectativa é de que também seja o primeiro a concluir todo o trabalho na área externa.
Para dar celeridade às obras, foi viabilizada a vinda de uma embarcação holandesa, a Volvox. Ela está fazendo o canal de acesso ao Porto, além de ter reforçado a limpeza na área interna. Após concluir o procedimento, serão feitas batimetrias num intervalo de quatro meses até que se completem dois anos. A finalidade é garantir o acompanhamento do assoreamento (obstrução de canais e rios) no terreno. Cumprida essa etapa, será lançado edital para a escolha de uma empresa capaz de prover a manutenção do terreno dragado.
Seguem obras no Porto do Recife
13/07/2011