O Estaleiro Atlântico Sul vai contratar trabalhadores com deficiência. Foi assinado ontem um termo de cooperação entre a empresa e o governo do estado em que o EAS se compromete a abrir 250 vagas com este fim. A Agência do Trabalho vai selecionar os candidatos e orientar tanto o empregador quanto os deficientes que vierem a ocupar esses postos de trabalho. O empreendimento gera atualmente cerca de 2,2 mil empregos e estará criando 5 mil até o fim de 2010.
A assinatura do termo de cooperação ocorreu dentro da programação do seminário Avanços e desafios para a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, promovido pela Secretaria Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (Sead), no auditório da Superintendência Regional do Trabalho (SRT-PE). "A Sead irá fazer um mapeamento para identificar, entre os postos de trabalho que oferecemos, que tipo de deficiente poderemos empregar", explica o diretor de administração do EAS, Gérson Beluci.
O executivo afirma que, neste primeiro momento, serão preenchidas 100 vagas. Na medida em que a atividade industrial for se intensificando, poderão ser empregados um total de 200 deficientes até o fim do ano, chegando a 250 ao fim de 2010. "Acreditamos que será mais fácil incluir essas pessoas na área administrativa, uma vez que na operação trabalhamos com mecânica pesada", diz a gerente de recursos humanos, Jane Souza.
De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado no ano 2000, existem aproximadamente 1,4 milhão de pessoas com deficiência em Pernambuco, ou 17% da população. Mesmo havendo leis obrigando a reserva de vagas no mercado de trabalho para quem tem necessidade especial, a inclusão ainda não é uma realidade na maior parte das empresas.
Segundo levantamento da SRT-PE, apenas 2.920 cidadãos com deficiência estão devidamente empregados, enquanto que, pela lei, as 775 empresas sediadas no estado deveriam gerar 19.749 postos. "Nosso objetivo é trabalhar para atender à legislação, mas saberemos que não será fácil por causa da natureza de nossa atividade", comenta Gérson Beluci, lembrando que o estaleiro desde o início trabalha pela inclusão de trabalhadores da Ilha de Tatuoca, onde está se instalando, e dos municípios do entorno de Suape.
O EAS vai construir 15 petroleiros para o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro, subsidiária da Petrobras na área de transporte. São dez embarcações do tipo suezmax e cinco aframax. O estaleiro pernambucano disputa, ainda, a construção de mais sete navios dentro da segunda fase do Promef. Além disso, vai construir dois navios do tipo VLCC para a Noroil Navegação e o casco da plataforma P-55, da Petrobras. A carteira do EAS já soma US$ 2,98 bilhões, com investimento de R$ 1,4 bilhão. (M.B.)
Estaleiro terá 250 vagas para trabalhadores especiais
15/07/2011