O secretário-executivo de Atração de Investimentos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Maurício Laranjeira, abordou o tema Transição Energética e Neoindustrialização em um painel na etapa estadual da Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, dias 8 e 9 de abril.
“A transformação energética começou em Pernambuco há um tempo e desde 2015, a geração de Energia Renovável saiu de 24% para 85% da matriz. Geração eólica cresceu 450% e a Solar 5.000%, segundo a Empresa de Pesquisa Energética, EPE”, destacou Maurício Laranjeira.
O secretário ainda ressaltou que a transição energética para inserção da indústria pernambucana no mercado nacional quanto mundial pode ser considerada como uma vantagem competitiva. “Nossa balança comercial, mostra que as importações são 4 a 5 vezes maiores que a exportações em Pernambuco, mas a transição energética pode levar o estado a ser mais competitivo e abrir mercado em destinos que se preocupam em consumir produtos sustentáveis, até mesmo porque muitas linhas de financiamento tem essa prerrogativa de indústrias que usem energias limpas ”, pontuou.
Laranjeira também destacou as oportunidades de investimentos com termos usados para a neoindustrialização que são: nearshoring (indústrias mais próximas dos maiores mercados consumidores) e powershoring (movimento para que indústrias se instalem onde há energias limpas). “As indústrias interessadas num ambiente competitivo e de baixas emissões de gases de efeito estufa são uma forma de promover a expansão do PIB industrial, a geração de empregos de qualidade e a promoção do desenvolvimento econômico”, salienta o secretário.
Ele ainda pontuou que a transição energética está muito relacionada com a transição digital, destacando que, em Pernambuco, existem o Porto Digital, universidades, centros de pesquisa. “Em Suape, estamos desenvolvendo em parceria com o Senai, o TECHUB que é um laboratório de inovação aberta para a produção de hidrogênio verde, H2V. Na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, ainda temos como estatais a Adepe que operacionaliza a atração de investimentos que priorizam as novas energias, além da Copergás que está ampliando a rede de abastecimento do gás natural que é menos poluente em interiores como Garanhuns, Petrolina e a região do Araripe que hoje utiliza lenha como combustível muito poluente e ganhará projeto de gás natural para a indústria do gesso”, afirma o secretário.
A Secretaria também está formulando um Novo Atlas de Transição Energética com informações georreferenciadas de energias eólica e solar com o objetivo também de aprovar novos empreendimentos com certidões e licenças ambientais, mão de obra qualificada e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) adequado que vão estar mapeados.
-Estudos de alternativas de energias limpas e renováveis foram apresentados na CONFERÊNCIA LIVRE DE TRANSIÇÃO ENERGÉTICA*
O secretário-executivo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado - Sdec, Maurício Laranjeira, traçou o panorama das potencialidades econômicas de Pernambuco e ações para implementação de energias limpas no painel “Transição Energética e Neoindustrialização”. Nesta mesa de debates, participaram o diretor de Inovação da FINEP, o professor Elias Ramos de Souza; a gerente executiva da Mudança Climática da Petrobrás Viviana Coelho; a gerente de projeto da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda, a professora Sávia Gavazza; e a professora Amanda Gondim da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Laranjeira destacou que, em Pernambuco, existem cerca de 18.300 CNPJs de indústria, incluindo a construção civil, o que gera 323 mil empregos diretos. Isso representa 20% do PIB estadual é formado por ¼ da indústria de alimentos e bebidas e também ¼ de indústria de produtos de higiene. Com força ainda no estado, existe o funcionamento do polo automotivo, do têxtil, do gesseiro, do crescente polo de processamento de proteína animal e o polo sucroalcooleiro.
O Complexo Industrial Portuário de Suape, estatal ligada à Sdec, em parceria com a ONU e o Senai, acaba de lançar um estudo de viabilidade econômica para instalação de indústrias com energias limpas. Esse estudo vai subsidiar o estado a aproveitar melhor a capacidade do desenvolvimento industrial do Complexo de Suape, de acordo com as premissas de trazer empreendimentos sustentáveis e que impulsionem a economia de Pernambuco de uma forma integrada à tecnologia e à infraestrutura pujantes no Estado.