Com instalação no município de Pombos, empresa baiana OL Indústria de Papéis vai gerar 262 empregos diretos
Primeiro lugar em crescimento no volume de produção industrial do Brasil, segundo o IBGE, Pernambuco continua a atrair investimentos de peso para fortalecer seu parque fabril. O mais novo projeto é da OL Indústria de Papéis, empresa baiana que montará em Pombos, no Agreste, uma filial para produção de fraldas descartáveis, papel higiênico e papel toalha, sob aporte de R$ 70 milhões. O governador Paulo Câmara e os sócios do empreendimento, juntamente com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, selaram o anúncio da nova planta nesta segunda-feira (14), em reunião no Palácio do Campo das Princesas.
A perspectiva dos investidores é a de que sejam gerados 262 empregos diretos com o “Projeto Pernambuco”. Sediada em Feira de Santana, na Bahia, a matriz está em operação desde setembro de 2008. No interior baiano, emprega 576 trabalhadores. “É uma notícia importante diante de um cenário de tantos desafios. Pernambuco continua a manter o ritmo do crescimento atraindo indústrias. A empresa vai gerar centenas de empregos com um investimento de R$ 70 milhões, ajudando na consolidação, não apenas do município de Pombos, mas também de toda aquela região do Agreste. Como polo indutor do desenvolvimento, o Governo de Pernambuco avança nessa pauta de interiorizar as indústrias que chegam aqui ao Estado”, destacou o governador.
Com a construção da segunda fábrica, que ficará numa área de 4,18 hectares, a empresa espera reduzir o custo logístico para outras praças do Nordeste, aumentando seu market share em Pernambuco e nos demais estados da região. Assim, conseguirá também desafogar a unidade baiana para focar nos mercados consumidores do Sudeste e Centro-Oeste.
“Combater a pandemia virou prioridade número um nos últimos meses, mas o Estado não parou de trabalhar para atrair novas oportunidades de negócios. A chegada da OL Papéis confirma nosso empenho em continuar interiorizando o desenvolvimento e mostra o compromisso do governador em gerar empregos em um setor essencial como a indústria”, reforçou o secretário Bruno Schwambach.
Como contrapartida estadual para atrair o investimento, o Governo de Pernambuco deve conceder, até 2032, crédito presumido do ICMS no percentual de até 90%, correspondente à redução do saldo devedor do imposto apurado em cada período fiscal. O benefício é resultante das saídas dos produtos incentivados e está enquadrado nas normas de habilitação do Proind (Programa de Estímulo à Indústria do Estado de Pernambuco).
“A AD Diper tem negociado com a empresa desde janeiro, ajudamos na chegada do empreendimento de diversas formas. Nossa equipe de atração de investimentos está auxiliando na interlocução com as principais entidades do Estado e também desenvolvendo possibilidades para a instalação da indústria em Pernambuco. Em breve, lançaremos o supply connection da OIL Papéis, para identificar possíveis fornecedores locais e ampliar o escopo de atuação do negócio”, reforça destacou Abreu e Lima, presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper).
A OL Papéis possui seis marcas próprias na linha de papéis e fraldas descartáveis (Familiar Soft, Familiar Supremo, Velud Vip, Absoluto, Absoluto Decor e Fofura Baby). Além disso, produz sob encomenda para grandes redes varejistas, como Grupo Big, Sendas (Assaí), Carrefour (Atacadão) e Cencosud (G Barbosa). No tocante aos pontos de venda, a empresa atua vendendo para supermercados de rede, mercados de bairro, atacadistas e estabelecimentos do tipo “cash and carry”.
De acordo com o sócio-diretor da OL Papéis, Valdecir Roberto Bechel, a escolha por Pernambuco deu-se graças à força de vendas de Pernambuco, que é o segundo no ranking do Nordeste. “Nossa escolha foi estratégica. Queremos expandir a presença dos produtos no varejo pernambucano e nos estados de Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. Nosso negócio trata de produtos essenciais, e a pandemia acabou por não impactar em nossas vendas. Muito pelo contrário, tivemos crescimento”, conta Bechel.
ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS - Apesar da crise global desencadeada pelo coronavírus, de janeiro até julho deste ano foram aprovados 51 novos projetos de implantação ou expansão de indústrias, centrais de distribuição e importadoras em solo pernambucano, com a expectativa de criar 4,2 mil vagas de empregos diretos. Todos os empreendimentos passaram pelo crivo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico ou do Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic).
O anúncio da implantação do Terminal de Gás Natural Liquefeito, no Porto de Suape, pela Golar Power Brasil, foi o destaque do 1º semestre. A empresa, que é uma joint venture formada entre a norueguesa Golar LNG e o fundo Stonepeak Infrastructure Partners, é um dos principais grupos de logística de gás natural liquefeito do mundo e tem planos de investimento de R$ 1,8 bilhão. O empreendimento deve gerar cerca de 300 empregos diretos.
Para o Recife, no Cais de Santa Rita, foi anunciado o início das obras do Complexo Multiuso Porto Novo Recife, que será composto por centro de convenções, hotel e marina. O investimento total é de R$ 140 milhões e a previsão é de gerar 1.430 empregos diretos.
Em Goiana, o Grupo Sada anunciou a ampliação do terminal logístico e a construção de uma usina solar para geração fotovoltaica. A empresa vai investir R$ 110 milhões e gerar 300 empregos diretos com o novo empreendimento. Em Bonito, a Yazaki, fornecedora japonesa de chicotes automotivos da Jeep/FCA, está investindo R$ 60 milhões na implantação da fábrica que vai criar 1,6 mil empregos.
Já na 110ª reunião do Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic), realizada em julho, foram aprovados 46 projetos, sendo 18 de indústrias, 18 de importadoras e dez de centrais de distribuição. Os investimentos industriais ficaram na ordem de R$ 41 milhões, com previsão de gerar 612 empregos diretos.
PRODUÇÃO INDUSTRIAL EM DESTAQUE - A produção industrial de Pernambuco confirma o direcionamento para atravessar a pandemia e segue apresentando números robustos. O Estado apresentou o melhor resultado do Brasil em julho, com alta de 17% ante o mesmo mês de 2019. Consolidando as medidas implementadas pelo Governo do Estado para não paralisar as atividades industriais durante a pandemia, incluindo o fortalecimento da cadeia de distribuição e o direcionamento de parte da atividade para novas demandas, o Estado registrou o terceiro mês de crescimento consecutivo no mês em análise, segundo a Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (09).