Após 14 dias de quarentena, navio Silver Shadow deixa o Porto do Recife rumo ao Cabo Verde

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Depois de cumprir isolamento determinado pela Anvisa, 266 tripulantes seguiram viagem para seus países. Sete brasileiros voltaram para seus estados

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Atracado no cais do Porto do Recife desde o dia 12 de março, o Silver Shadow deixou a capital pernambucana nesta quinta-feira (26), às 14h, com 266 tripulantes, que são as pessoas que trabalharam no cruzeiro. Depois de receber a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o navio segue viagem para Saint Vincent, no Cabo Verde. A embarcação ficou 14 dias atracada, cumprindo o período de isolamento determinado pela autoridade sanitária federal, além de passar por monitoramento diário e não registrar novas suspeitas de casos do novo coronavírus a bordo. Duas operações foram realizadas nesse período para desembarcar os passageiros, quase todos estrangeiros.

Além dos 266 tripulantes que seguiram viagem, também se encontravam a bordo sete tripulantes brasileiros, que aguardavam o período de isolamento acabar para desembarcar no Porto do Recife e seguir para seus respectivos estados de origem. A operação de desembarque deles ocorreu pela manhã desta quinta-feira (26).

Nesta quarta-feira (25), foi realizada uma nova avaliação de todos os tripulantes, não havendo registro de febre ou relato de sintoma respiratório. Considerando que as exigências da Anvisa foram cumpridas e que não há riscos, ela foi autorizada a desatracar e, se necessário, realizar desembarque de parte da tripulação.

PRIMEIRO DESEMBARQUE

Após negociações do Governo de Pernambuco com embaixadas e consulados das nacionalidades presentes a bordo da embarcação, o Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR) da Secretaria de Defesa Social do Estado de Pernambuco (SDS-PE) iniciou, no dia 20 de março, a operação de traslado de tripulantes e passageiros do navio Silver Shadow, de bandeira das Bahamas, que se encontravam em isolamento desde o dia 12 de março. Ao todo, 205 ocupantes do cruzeiro foram transportados diretamente para o Aeroporto Internacional do Recife.

Foram mobilizados, ao todo, cinco ônibus e três caminhões de carga. O primeiro contingente deixou o navio em uma operação de três etapas. A primeira fase se deu ainda no Porto do Recife, quando a Anvisa realizou a avaliação clínica dos ocupantes. Também aconteceu no navio todo o trâmite de imigração, para que o embarque na aeronave tomasse o menor tempo possível.

Na segunda parte da intervenção, o primeiro grupo de 25 pessoas entrou no ônibus que os encaminhou ao aeroporto. O veículo estava devidamente higienizado e o motorista utilizou o equipamento de proteção individual. Durante o percurso, simulado anteriormente, os veículos tiveram escolta e batedores para liberar o caminho.

A terceira e última etapa da operação consistia na ação de embarque no Aeroporto Internacional do Recife. Os ônibus e caminhões entraram diretamente na pista para seguir em direção à aeronave, posicionada de forma estratégica. Tratava-se de um táxi aéreo, fretado pela empresa de cruzeiros proprietária do Silver Shadow em parceria com embaixadas e consulados dos países de origem dos passageiros e tripulantes do navio. As primeiras 25 pessoas embarcaram com destino a Santiago, capital do Chile. Parte dessas pessoas viajou, de lá, para a Austrália e a Nova Zelândia.

Às 20h, ainda do dia 20 de março, houve o deslocamento do segundo comboio, com repetição das três etapas da operação, desta vez com 180 ocupantes da embarcação, de diversas nacionalidades, principalmente britânicos. O voo teve como destino o Reino Unido e conexão em outros países da Europa, que adotaram as providências, por meio de suas embaixadas, junto à empresa de cruzeiros e autoridades brasileiras.

Foram envolvidos nesse trabalho 120 profissionais da SDS-PE (Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar e profissionais de Inteligência); Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); Marinha do Brasil; Polícia Federal; Porto do Recife; Casa Militar do Governo de Pernambuco; Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Recife (Samu); Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU); empresa Aena, administradora do Aeroporto Internacional do Recife; e a Silversea Cruises, empresa proprietária do navio.

Os outros 400 tripulantes e passageiros permaneceram em isolamento dentro do navio, no Porto do Recife, aguardando a conclusão das negociações entre embaixadas, consulados e a Silversea Cruises.

SEGUNDO DESEMBARQUE- A segunda operação de desembarque ocorreu no dia 22 de março, levando mais 105 passageiros para seus respectivos países de origem. O mesmo processo utilizado no primeiro desembarque foi posto em prática, contando com profissionais de órgãos estaduais e federais.