A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) vai fornecer 1,5 milhão de metros cúbicos, ou 450 litros por segundo, de água bruta para a Refinaria Abreu e Lima. Para se ter uma ideia, esse volume dá para abastecer um município como Garanhuns, no Agreste, com seus cerca de 150 mil habitantes. A empresa também vai entregar 70 mil metros cúbicos (ou 21 litros/segundo) de água tratada para o empreendimento.
Os contratos entre Petrobras e Compesa foram assinados ontem no Recife, durante a VIII Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental (Fitabes), evento que segue até amanhã no Centro de Convenções. A refinaria passa, agora, a ser o maior cliente da companhia pernambucana. Depois dela, o maior contrato é com o Estaleiro Atlântico Sul, cuja demanda é de 150 mil metros cúbicos, ou 45 litros por segundo - ou seja, apenas 10% do que representa a refinaria.
"A refinaria é um grande consumidor de água. Utilizamos o produto no processo de refino do petróleo e sofremos muitas perdas, principalmente com aevaporação nas torres de resfriamento e no condensamento de vapor na termelétrica", explicou o diretor corporativo da Abreu e Lima, João Batista Aquino.
Segundo ele, esta é a primeira vez que a Petrobras firma um contrato desse tipo. "Para nós também é algo novo e está sendo um aprendizado. Nas outras refinarias, sempre instaladas em locais isolados, tivemos que implantar captação própria. Agora é diferente. Estamos nos instalando em um distrito industrial organizado que oferece toda a infraestrutura", acrescentou.
O fornecimento de água tratada começa em janeiro do próximo ano e, o de água bruta, em julho, significando um acréscimo de R$ 3 milhões na receita da Compesa já em 2010. O contrato, entretanto, é progressivo de acordo com as fases de implantação do empreendimento. O volume total de água bruta, por exemplo, só deverá ser atingido em 2013. O preço contratado foi de R$ 0,40 a cada mil litros/mês.
Hoje, o sistema Suape, formado pelas barragens de Bita e Utinga, produz 820 litros por segundo, porém apenas 270 litros/segundo ficam no complexo industrial portuário porque a demanda ainda é baixa. O restante vai para o Cabo de Santo Agostinho (500 l/s) e o distrito de Nossa Senhora do Ó, em Ipojuca (50 l/s). Estimativas indicam, entretanto, que Suape terá uma demanda de 1.200 liltros/segundo a partir de 2012.
"Vamos ter 1.420 litros/segundo disponíveis quando o sistema do Engenho Maranhão entrar em produção. Aí teremos o suprimento para Suape definitivamente garantido, ainda mais porque o Cabo e esses distritos passarão a ser abastecidos por Pirapama, que entra em operação no fim de 2010", assegurou o secretário de Recursos Hídricos e presidente da Compesa, João Bosco de Almeida.
Ele disse que o Engenho Maranhão, obra de R$ 40 milhões, está em fase de estudo de impacto ambiental (EIA/Rima) e deve ser licitada em julho de 2010. Entrando de fato em operação em 2012, haverá como suprir as necessidades da refinaria. E esse é só um dos itens. João Batista Aquino calcula que a Abreu e Lima vai demandar cerca de 2,5milhões de metros cúbicos/dia de gás natural. O contrato ainda não foi discutido com a Copergás.
Refinaria é maior cliente da Compesa
13/07/2011