Consórcio criado pela Galvão Engenharia e Alusa se prepara para disputar licitação da Petrobras. Chances de o Estado ganhar novo estaleiro são grandes
O segundo estaleiro que pode se instalar em Suape está, neste momento, fechando a sua composição acionária e finalizando a documentação necessária para participar da concorrência de sondas petrolíferas da Petrobras. Pelas palavras do executivo de uma das sócias do empreendimento, a Alusa, Cesar Godoy, as chances de Pernambuco sediar um segundo estaleiro são grandes. “A Petrobras quer comprar cerca de 40 embarcações e sabe que não tem quem faça no Brasil tudo isso. Isso nos dá o incentivo para entrar no negócio”, comentou.
Dentro do aumento de suas atividades e exploração do pré-sal, a Petrobras está incentivando a entrada de novos estaleiros para a construção de sondas de petróleo e navios de apoio a plataformas. E, para aumentar a oferta de estaleiros nacionais, a Petrobras aceita a participação de estaleiros em projeto, que só se tornam realidade se ganharem as licitações realizadas. Nesse sentido, a Galvão Engenharia e a Alusa - que também participa de outra grande obra no Estado (ver matéria ao lado) - se reuniram para montar um segundo estaleiro, de investimento previsto em US$ 350 milhões. No momento, o consórcio está avançando na definição de parceiros internacionais e colocando em dia a documentação necessária para participar da licitação da Petrobras.
“Nós estamos preparando a documentação. A Petrobras quer saber se as empresas que vão participar estão estruturadas, técnica e financeiramente. Isso é um plano de negócio para muitos anos”, afirmou Godoy.
A demanda apresentada pela Petrobras é para comprar 40 navios sondas e plataformas de perfuração semisubmersíveis até 2017 para operação em águas profundas e ultraprofundas. Parte foi colocada para contratação fora do Brasil, cerca de 12, com recebimento em prazo menor (até 2012). As outras 28 a estatal de petróleo pretende contratar localmente (embora boa parte do material embarcado também seja importado), com previsão de recebimento entre 2013 e 2017. Além disso, há também os barcos de apoio a plataformas, sendo 24 licitados ou em licitação no momento e outros 24 a licitar.
O quadro societário deste segundo estaleiro ainda está sendo definido. Há um parceiro coreano de tecnologia, a Sungdong, e uma empresa americana que deve entrar na sociedade. “Isso está sendo fechado em breve. Mas a nossa previsão é que a participação que couber aos sócios brasileiros seja dividida meio a meio entre Galvão e Alusa”, afirmou Godoy.
Segundo ele, a presença do Atlântico Sul contou a favor da escolha por Pernambuco. “O fato de já existirem programas de formação de mão de obra especializada e uma outra grande empresa conta a favor. Com isso, é possível criar um cluster naval, dando fôlego para os fornecedores se instalarem em Pernambuco”, acredita Godoy. Caso seja bem sucedido na licitação da Petrobras, que tem previsão de ser feita no próximo mês, o novo estaleiro poderá gerar 2.500 empregos.
Novo estaleiro em fase decisiva
15/07/2011