De acordo com as estimativas da Datamétrica, a crise econômica deve ser menos sentida em Pernambuco e no Nordeste do que no Brasil de forma geral
Isso ocorre, segundo Alexandre Rands, por três razões principais: os níveis de impacto da crise nos diferentes setores econômicos, o aumento do salário mínimo este ano e a perspectiva de investimentos em gastos públicos.
Todos esses fatores favorecem a região de forma particular.
"O setor de bens de capital (usados para a produção de outros bens ou serviços) é o que mais sofre com a crise, e isso o Nordeste não tem tanto. Depois, o aumento do mínimo será substancial (de R$ 415 para R$ 465), o que tem um impacto maior em nossa região.
Além disso, o governo brasileiro já se mostrou disposto a reduzir o superávit primário para aumentar investimentos em programas sociais", analisou Rands.
O que está determinando a liderança de Pernambuco na região são mesmo os investimentos estruturadores que o estado vem recebendo.
"Pernambuco está vivendo um momento muito especial. Os grandes projetos, como a refinaria, o estaleiro, a Hemobrás, estão começando a fazer a diferença", explicou Rands, acrescentando que esse crescimento deve, em 2010, estender-se para os estados próximos, o que se reflete nas estimativas realizadas pela Datamétrica.
Nos outros estados nordestinos, o mais afetado pela crise de acordo com as estimativas da Datamétrica, será o Maranhão, devido à dependência de sua economia pela siderurgia e a agricultura de grãos, fortemente afetadas pela crise.
Já o Rio Grande do Norte, de acordo com Rands, deve sofrer com as perdas do petróleo e do gás e com a saturação do turismo.
Ainda segundo o economista, o PIB per capita do Nordeste encontra-se atualmente em 47% da média nacional, e precisará de pelo menos 10 anos para superar os 50%, se continuar crescendo no ritmo atual.
Estado favorecido
15/07/2011