Suape // Oportunidades para a construção civil

Planejado há 30 anos, o Complexo Industrial Portuário de Suape ganhou novos contornos nos últimos quatro, com a atração de grandes empresas e projetos, como a fábrica da M&G, o Estaleiro Atlântico Sul e a Refinaria Abreu e Lima, da Petrobrás. A necessidade de pensar o futuro da infraestrutura do complexo e do entorno tornaram essencial um novo Plano Diretor para a região. Interessados em saber que oportunidades de negócios podem surgir nesta etapa que está sendo pensada entre 2016 e 2030, os empresários da construção civil ligados à Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE) ouviram ontem um esboço da proposta.


Elaborada pela Projetec, a proposta deve ir para consulta pública até março de 2010. "Já apresentei estas questões para os empresários ligados à Fiepe e aceitei o convite da Ademi por entender que é importante que conheçam a proposta, para poderem sugerir soluções e orientar também os rumos que gostariam. Estamos fazendo um projeto de desenvolvimento social, com impacto emvárias regiões e que não pode repetir experiências que deram errado", destacou o consultor João Recena, que já comandou as secretarias estuais de Minas e Energia, Planejamento e Indústria e Comércio.


Como experiências que não deram certo, João Recena citou o projeto Costa Dourada, no Litoral Sul, no qual o governo investiu na Praia de Guadalupe, enquanto os empresários construíam em Muro Alto. "A gente não pode repetir o passado. Estamos abertos para saber em que os empresários acreditam para que o Plano Diretor coincida também com esse interesse. Senão o Plano Diretor não vai acontecer", disse.


Ressaltando que o plano é uma proposta ainda em construção, o consultor detalhou a infraestrutura pensada para a região, inclusive a possibilidade de mais um estaleiro. Para que toda a infraestrutura funcione, interligada a meios de transporte rodoviário e ferroviário (Transnordestina), uma malha de estradas (entre as já existentes - BRs 232, 101, 408, PE-60 e os novos acessos) deve interligar as diversas regiões do estado.


Para o setor da construção civil especificamente aparecem oportunidades diretamente ligadas às comunidades que já vivem na região (cerca de sete áreas já mapeadas, com 4 mil habitações precárias) e aos novos potenciais moradores: empregados na construção dos inúmeros projetos e, posteriormente, os funcionários desses empreendimentos.


"Há uma discussão sobre como inserir as comunidades que já estão na região e é preciso um estudo para identificar a infraestrutra necessária. Além de habitações, haverá demanda para o setor de serviços, salas de escritórios, hotéis, opções de lazer. Muita oportunidade para a construção civil. Fala-se que apenas na construção dessas etapas haja entre 20 mil e 30 mil pessoas trabalhando na região", disse Recena.