Pernambuco tem tudo para ser o polo distribuidor de milho e outros grãos da Região Nordeste. Após uma reunião realizada na última quarta-feira, em Brasília, o presidente do Porto do Recife, Alexandre Catão, afirmou que houve um "interesse total" por parte da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em transformar a zona portuária recifense num depósito para o fornecimento de grande parcela das 500 mil toneladas de milho que devem aportar por ano no local. "Agora, vamos levantar informações técnicas solicitadas pelo diretor da Conab, Rogério Colombine", comemorou Catão.
A utilização do porto renderia um custo menos elevado do que o atual para a chegada de grãos ao Nordeste, a exemplo do milho, arroz, trigo, açúcar e até algodão. Hoje, esses alimentos são carregados por caminhões. O percurso deles também é longo, maior do que se fosse realizado por via marítima. "Manifestamos disposição em usar o Porto se houver facilidade por parte da empresa que opera, que é a Ceasa (Central de Abastecimento). Como trata-se de um assunto que envolve áreas de governo, facilita as coisas", confirmou Colombine.
A ideia é usar navios para transportar os grãos num calado de aproximadamente 30 mil metros. O percurso dos produtos partiria do interior de Minas Gerais, passando pelo Mato Grosso e Vitória (Espírito Santo) chegando em Pernambuco. No porto recifense, o silo (instalação que serve para conservar os grãos) tem capacidade para armazenar cerca de 26 mil toneladas de cereais por mês. Isso quer dizer que, por ano, 312 mil toneladas de grãos poderiam vir para o solo pernambucano.
As obras de dragagem do porto, que estão previstas para serem finalizadas no fim de julho, são fundamentais para o desenrolar das negociações, haja vista que haverá mais 10 metros de profundidade ao término deste projeto. Nesse caso, nos próximos dias, Alexandre Catão ratificará a informação sobre a dragagem, além da capacidade do silo e registrará o resultado da consulta ao Ceasa.
Ademais, houve uma reunião de Catão com o presidente da Antaq, Fernando Fialho, a respeito do edital sobre a revitalização do trecho que começa na Torre Malakoff (armazém 10) e se estende até o Cais de Santa Rita (armazém 17), que está avaliado em R$ 107 milhões. Mas, segundo ele, não aconteceram maiores avanços no tema.
Estado pode ser distribuidor de grãos
14/07/2011