Petrobras, PDVSA e a refinaria

O contrato a ser assinado, hoje, entre a Petrobras e a PDVSA - estatal venezuelana de petróleo - ocorre em  momento oportuno e afasta dúvidas sobre a associação entre as duas grandes empresas em um negócio que é de interesse recíproco e, em particular, da economia deste Estado, pela refinaria programada para funcionar em  Suape.


Quando afirmamos pela conveniência do momento em que se firma o compromisso formal, o preço do petróleo alcança um nível, em termos internacionais, compensador para investimentos no setor, pois o valor do barril gira em torno de US$ 75.


Isso significa que nem vivemos um período de alta artificial, nem tampouco praticando-se um preço insignificante (cerca de US$ 30 a US$ 40 da unidade petrolífera), capaz de inviabilizar o elevado investimento. O qual, concretizado, modificará para melhor o perfil industrial de Pernambuco, já em rumo certo para o crescimento econômico, paralelamente ao que se prevê para o País, em 2010.


Há outro aspecto que merece ser referido. A orientação política do presidente Hugo Chávez tem sido bastante contestada, interna e externamente, transmitindo seu governo a impressão que as forças políticas daquela nação alcançaram um grau de radicalização fragmentador que nada constrói.


A admissão da Venezuela no Mercosul ainda não é um fato consumado e, em se concretizando, deverá beneficiar a todos os seus integrantes, porque, em princípio, as normas que o regem defendem intransigentemente o regime democrático, e, em última análise, amplas liberdades públicas.


De outro lado, a aceitação da Venezuela no bloco, que já foi aprovada pela Argentina e Uruguai, restando a decisão definitiva do Brasil e do Paraguai, contribuirá para a integração regional, além de ampliar o espaço geopolítico do governo Chávez, fortalecendo-o em termos de maior dimensão, desdobrando-se sob o ângulo econômico em razão de o país ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo.


Por fim, o Mercosul que tem caminhado com muitas dificuldades, provocadas por restrições que as parcerias sérias excluem, terá mais um integrante de peso no continente sul-americano e com reflexos positivos na política externa praticada pelo Itamaraty. São essas e outras razões suficientes para justificar o contrato estabelecendo as cláusulas para a construção da futura Refinaria Abreu e Lima, um passo significativo para estimular a economia estadual e atrair novos investimentos.

Da redação - Folha de Pernanbuco