Talvez porque, desde a campanha política, tenha prometido devolver ao Porto do Recife uma importância estratégica que ele não tem mais em função do crescimento de Suape, o governo de Pernambuco perdeu tempo em não fixar para o antigo terminal um projeto específico para o turismo, enquanto preparava-o para, nos próximos anos, complementar a transferência para o novo porto das atividades que atualmente se adequam melhor na capital.
Pode dizer que a demora na complicada operação de dragagem tenha inviabilizado o terminal para operações de maiores navios, que foi o atraso na definição do projeto de uma estação de passageiros para o turismo de cruzeiros. Ou que a transferência da operação da Bunge para um megamoinho em Suape tenha selado o destino do Porto do Recife. Mas são apenas explicações.
Na verdade, o destino do Porto de Recife está selado e não é o de receber cargueiros, mas turistas. Como já fazem outros terminais. Certo, podemos admitir que até que Suape tenha seu terminal de grãos devemos manter ali as operações de cevada, açúcar, arroz, fertilizantes e coque de petróleo. Mas elas não se justificarão no futuro quando Suape tiver mais cais, um terminal de grãos e minérios e as operações decorrentes da Transnordestina. Ficará caro manter o porto ali. Um projeto que mire nessa transferência gradativa combinado com a implantação de um complexo turístico e cultural dará ao Porto do Recife um destino mais nobre que o de abrigar velhos guindaste e galpões. Aquela área merece esse novo olhar.
Da redação - Jornal do Commercio